segunda-feira, 30 de julho de 2007
domingo, 22 de julho de 2007
A educação através da música
O samba pode ser um instrumento de ensino de professores. É o que acredita a educadora e cantora Elzelina Dóris dos Santos, idealizadora do Cantando a História do Samba, projeto que irá promover entre os dias 16 e 18, nas dependências do colégio Imaco, o 1º Seminário Diálogos entre o Samba e a Escola.
O objetivo do evento gratuito é divulgar para os professores de Belo Horizonte como o samba pode contribuir para a execução da lei 10.639 – que institui o ensino de história da cultura dos negros em sala de aula.
"O samba foi instrumento efetivo de luta do povo negro para que pudesse se inserir na sociedade. O primeiro samba de sucesso, ´Pelo Telefone´ (de Ernesto dos Santos, o Donga), gravado no final de 1916 já retratava nossa história, por nascer de uma denúncia. A música fala de um delegado que ameaça os negros que, caso continuem com sua festa, irá mandar prender todo mundo", conta a professora.
Segundo Dóris, a descontração da música ajuda a trabalhar os problemas raciais presentes nas escolas. "Os resultados do nosso projeto têm sido muito positivos, pois os alunos negros melhoram sua auto-estima e, assim, fortalecem a sua identidade".
Apresentação
O projeto Cantando a História do Samba nasceu há cinco anos, com a finalidade de combater a discriminação racial através da educação e da informação. Por enquanto, tem sido aplicado em escolas públicas das cidades mineiras de Corinto, Santo Hipólito, Nossa Senhora da Glória e Monjolos.
Os resultados serão apresentados na terça-feira, dia 16. "Vamos mostrar como trabalhamos com os alunos, o desenvolvimento do projeto, sua pesquisa, suas dificuldades e a recepção dos garotos", afirma Dóris.
Além de expor os resultados do projeto, o seminário traz também minicursos com Rosane Pires (sobre literatura afro-brasileira), Sidney d´Oxossi (culinária), Ney Lopes (música), Rafael Sanzio (geografia africana e afro-brasileira), entre outros.
Estudantes não conhecem Cartola
A idéia de apresentar a cultura negra através do samba surgiu há alguns anos, enquanto Dóris lecionava em uma escola da Pedreira Prado Lopes. "Quando convidei os garotos para um show de samba, eles acharam um absurdo. Cantei uma canção de Cartola, que depois eles me disseram nunca ter ouvido antes", conta.
Neste momento, ela percebeu que, ao mostrar às crianças as biografias dos grandes sambistas, poderia trabalhar a identidade.
"Ao perceber a riqueza das músicas e das pessoas, eles se enxergam no mesmo contexto. A imagem do negro na mídia melhorou muito. Mas mesmo assim, quando chegamos na sala de aula, percebemos que ainda é necessário fazer um grande trabalho", afirma.
Como o desinteresse é um problema geral na escola, em praticamente todas as disciplinas, o projeto acaba sendo um exemplo não apenas para a aplicação da lei 10.639, mas para o ensino de outros assuntos ligados à cultura. "Os alunos chegam na escola cansados, e a música ajuda a criar interesse", explica.
http://www.otempo.com.br/magazine/lerMateria/?idMateria=41329
CINTHYA OLIVEIRA
Fonte: Site Brasil Cultura
70 anos sem Chiquinha Gonzaga
Chiquinha Gonzaga
Primeira mulher a se destacar como compositora na história da música popular brasileira, começou a compor canções e valsas na adolescência. Teve uma vida atribulada, separando-se do marido e conquistando sua independência numa época em que isso causava escândalo na sociedade brasileira. Foi professora de piano e freqüentava rodas de choro, tocando em festas e bailes com outros chorões. Seu primeiro sucesso foi a polca "Atraente", de 1877. Fez também música para teatro, apesar da resistência que tinha de vencer por ser mulher. Atuou algumas vezes como maestrina, regendo orquestras e bandas. Politizada, participou ativamente das campanhas abolicionista e republicana na década de 1880. Nos primeiros anos do século XX viajou pela Europa apresentando suas músicas. Na volta ao Brasil musicou peças e compôs operetas. Seus maiores sucessos são a marcha carnavalesca "Ô Abre Alas", que compôs para o cordão Rosa de Ouro, e o tango estilizado "Gaúcho", também conhecido como "Corta-jaca", por ser esse o nome do estilo musical. Em 1999 a TV Globo produziu a minissérie "Chiquinha Gonzaga", de enorme êxito, sobre a vida da compositora, promovendo um boom de regravações, lançamentos de discos e biografias.
Fonte: site Brasil Cultura.
foto: Abre Alas, Chiquinha Gonzaga
quinta-feira, 19 de julho de 2007
A árvore dos Mamulengos
“A árvore dos Mamulengos” de Vital Santos
Teatro Princesa Isabel
Av. Princesa Isabel,186 – Copacabana
Quartas e quintas às 20h / de 11/07 a 02/08
Inteira: R$ 20,00
Meia: R$ 10,00
segunda-feira, 16 de julho de 2007
quarta-feira, 11 de julho de 2007
Sobe ao palco do Centro Municipal de Referência da Música Carioca uma das harpistas mais importantes do país, Cristina Braga.
Depois de quase duas décadas sem tocar na Tijuca, bairro onde nasceu e ainda vive, a 1ª harpista do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Cristina Braga, apresenta no próximo dia 13 de julho, às 18h30, e 14 de julho, às 17h no Centro Municipal de Referência da Música Carioca, o show de lançamento de seu último CD Cortejo.
Produzido e arranjado por Ricardo Medeiros, o repertório é um verdadeiro potpourri verde-amarelo, em que jongo, maculelê, folia de reis e ritmos brasileiros se harmonizam ao mais clássico dos instrumentos, a harpa.
Uma das gratas surpresas do « Cortejo » é a revelação da voz suave de Cristina, além de canções como uma modinha do século XIX, « Nhapopé » (o pardal ou aquele que voa em linha reta, em tupi guarani), “Cantilena” (canção dos negros do recôncavo baiano recolhida por Villa-Lobos), o maravilhoso samba de Luis Vieira “Prelúdio pra Ninar Gente Grande” com inesperada roupagem de acalanto, e duas pérolas da bossa-nova-canção: “O que tinha de ser” de Vinícius e Tom, e “Apelo” de Vinícius e Baden. O delicioso refrão de sabores brasileiros, como doce de maracujá, leite, manteiga e farinha de « O Beijo » sela a triparceria de Ricardo, Maria Teresa e Cristina. “Quaresma”, um samba-bossa lento, evoca o período que a nossa mata atlântica se colore de roxo e rosa, e “Nós Dois” fala do amor maduro, dos fios brancos que tecem o amor em paz, com uma linha melódica próxima da bossa. A alegre « Sol com Chuva » remete ao antigo ditado infantil, "sol com chuva casamento de viúva".
Brasil também tem forma de harpa Cristina Braga poderia limitar-se a cadências e concertos esperados de quem é a 1ª harpista do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e toca harpa de concerto. Porém, sua profunda apreciação pela música brasileira e pela música de sua cidade propiciou que seguisse um caminho próprio e pioneiro para uma harpista no Brasil.
Foi ela a primeira a gravar um disco de samba em que a harpa faz toda a base harmônica, a improvisar uma linguagem brasileira, buscar efeitos brasileiros em seu instrumento, a sair dos palcos clássicos para tocar shows inteiros com os ícones da música, Ângela Maria, Peri Ribeiro, Moreira da Silva, a utilizar uma harpa elétrica nos palcos nacionais junto aos Titãs, Lenine e Ana Carolina.
Grupos e instrumentistas que participam do espetáculo:
Ricardo Medeiros (violão e contrabaixos)
Joca Moraes (bateria de bambu)
SERVIÇO:
Centro Municipal de Referência da Música Carioca
Rua Conde de Bonfim, 824 – Tijuca
Ingresso : R$20,00 / R$10,00 (estudante e idosos)
segunda-feira, 9 de julho de 2007
A comunidade da Mangueira tem como traço característico a união e o senso de pertencimento provocado pela arte, pelo samba e pela Escola de Samba ali instalada. A constatação de que a nova geração não tinha conhecimento da história de sua comunidade e o baixo índice de jovens empenhados em operar mudança no caminho a eles historicamente reservado, motivou a criação de uma instituição voltada para despertar nesses indivíduos o sentido de pertencimento, identidade e o resgate da memória afetiva.
A rede de relações estabelecida pela grande líder DONA ZICA e seus netos Nilcemar e Pedro Paulo Nogueira, composta de professores, artistas, estudantes e pesquisadores possibilitou em 2001, a fundação do Centro Cultural Cartola. Inicialmente funcionando em espaço cedido pela FAETEC, em convênio com o Governo do Estado do Rio de Janeiro. Desde 2003 o Centro Cultural Cartola ocupa uma área de sete mil metros quadrados, em prédio desativado do IBGE, cedido pelo Ministério da Cultura, localizado Rua Visconde de Niterói, na Mangueira.
A iniciativa propõe o resgate de hábitos e costumes da cultura afro-brasileira, a valorização da troca de experiência entre gerações num contato direto entre griô e aprendizes, por meio do Projeto GERações, estimulando-os a participarem ativamente da “Roda dos Saberes”, em oposição às pressões externas de globalização e a falta de auto-estima e de pesquisa.
A base deste empreendimento é a vasta obra de Angenor de Oliveira, o Cartola, cuja importância para a música popular brasileira é reconhecida. A escolha de Cartola como patrono da instituição se justifica pela sua importância no mundo musical, complementada por sua luta, superação de dificuldades, exemplo de inserção ativa do indivíduo na sociedade por meio da produção cultural. Assim, além da criação de espaços destinados à exposição e à divulgação da produção cultural de Cartola, o Centro Cultural, atualmente reconhecido como Ponto de Cultura, pelo Ministério da Cultura, se dedica à educação musical e artística de crianças, jovens, adultos e idosos em projetos sociais de grande abrangência. Tem como objetivo a promoção e desenvolvimento da cidadania por meio das artes, motivando os crianças, jovens e adultos do Morro da Mangueira e adjacências, no município do Rio de Janeiro, a identificar valores culturais da comunidade a que pertencem, oferecendo gratuitamente oficinas de teatro, dança, música, poesia e eventos sócio-educativos como: a realização de rodas de leitura, coleta de Depoimentos, mostras de vídeo com debates, shows e palestras. Possui uma Biblioteca Comunitária com o apoio da faculdade de biblioteconomia da UNIRIO.
Os benefícios que a iniciativa proporciona para a comunidade é antes de tudo a valorização de uma identidade, a formação de cidadãos melhor preparados e fortalecidos, com melhores condições de competitividade no mercado e integração social. O trabalho de preservação e difusão das nossas tradições leva a proteção das mesmas, evitando a descaracterização.