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segunda-feira, 22 de fevereiro de 2010

Carnaval de Rua do Rio...



Como boa carioca, tenho observado uma substancial mudança nesse tão falado Carnaval de Rua aqui na nossa cidade. Foram contabilizados nesse ano um total de 465 blocos regularizados espalhados por diversos bairros com um aumento de 71% em relação ao ano passado (fonte O Globo), e uma concentração maior na Zona Sul. O que mais me pareceu significante, foi observar o comportamento da mídia quando tenta comparar o Carnaval do Rio aos de cidades como Recife e Salvador. Não gosto dessa comparação, pois temos uma tradição tão grande nesse setor e não o vejo de uma forma tão comercial como o de Salvador por exemplo. Temos blocos tão famosos como o Cacique de Ramos, o Bola Preta, o Bafo da Onça, o Boêmios de Irajá, o Carmelitas (foto), salvo os que tem fantasias, é só chegar e brincar... As agremiações cariocas tem um humor, uma originalidade tão peculiar que fica difícil comparar. O nosso Carnaval tem um sabor diferente, eu diria mais democrático, sem cordas, ou abadás supercaros, é bem mais livre e o crescimento foi natural...A cidade ficou mais jovem? ou o carioca é folião mesmo? O que importa é que  existe  um frescor, uma mistura de saudosismo e modernidade, que,  confesso que não sei bem explicar o porquê..., mas vai quem quer e como quer...

No entanto, tudo que toma proporções exageradas, precisa ser controlado e organizado de uma forma diferente. O tema principal foram os tais banheiros químicos, mas falou-se pouco em segurança, controle de trânsito, reorganização do tráfego... Existem uma série de questões que devemos estar atentos para que no próximo ano tenhamos um Carnaval maravilhoso, mais estruturado e que continue tendo a cara do carioca, irreverente, alegre e hospitaleiro.

Viva a Sebastiana!!!!!!!!!!!!!!!!

Kátia Barros

sexta-feira, 12 de fevereiro de 2010

Divirta-se sem moderação


 

Quincas Berro D’Água

Com data prevista para meados de abril, o filme do diretor Sérgio Machado tem tudo para ser a comédia do ano. "Quincas" será distribuído pela Buena Vista - a primeira parceria da Videofilmes com a Globo Filmes. O pontapé para a tão sonhada adaptação surgiu após o resultado de uma enquete realizada por uma revista de literatura, na qual o diretor fora convidado para escrever sobre Jorge Amado. 

 Eis que, Joaquim Soares da Cunha, funcionário público, larga toda uma estrutura familiar para se tornar o bebum mais famoso da Bahia. Quincas Berro D´Água cai na malandragem e vive a boêmia das ladeiras de Salvador. Sua vida muda da água para o vinho, ou, melhor dizendo, para a cachaça. Cansado da rotina tediosa de uma família regrada e pautada por costumes tradicionais burgueses, Quincas sai em busca de uma vida aventureira, sem limites e sem moderação. Prefere o convívio com prostitutas em bordéis, com a jogatina e a bebedeira. Menospreza tudo o que não tenha farra e não seja regada a muita cachaça.

O diretor, também baiano, já iniciou as filmagens, que promete trazer toda a atmosfera da Bahia para as telinhas do cinema. Imagino o tempero quente baiano, o calor do verão o fogo da cachaça, aliada ao charme do Pelourinho. Quase um incêndio! No filme, Quincas é Paulo José; Manuela é Marieta; Mariana Ximenes é Wanda, ainda estão presentes Vladimir Brichta, Milton Gonçalves e muitos outros.


FICHA TÉCNICA
Elenco:
PAULO JOSÉ – Quincas
MARIETA SEVERO – Manuela
MARIANA XIMENES – Vanda
FLÁVIO BAURAQUI – Pastinha
LUIS MIRANDA – Pé de Vento
IRANDHIR SANTOS – Cabo Martim
FRANK MENEZES – Curió
VLADIMIR BRICHTA – Leonardo
WALDEREZ DE BARROS – Tia Marisa
MILTON GONÇALVES – Delegado Morais
OTHON BASTOS – Alonso
CARLA RIBAS – Otacília
GERMANO HAIUTI – Tio Eduardo
ERICO BRÁS – Agenor
ANGELO FLÁVIO – Zico
MARIA MENEZES – Lolita
Equipe:
Diretor – SÉRGIO MACHADO
Diretor de fotografia – TOCA SEABRA
Diretor de arte – ADRIAN COOPER
Figurinista – KIKA LOPES
Maquiagem – MARISA AMENTA
Preparadora de elenco – FÁTIMA TOLEDO
Produção VideoFilmes / Co-produção Miravista e GloboFilmes
Produção Executiva Walter Salles / Mauricio Andrade Ramos
Distribuição Buena Vista International
Michele Rangel

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Samba e Carioca: uma combinação mais que perfeita!!!

É Carnaval e o samba vem surgindo, ressurgindo e renascendo entre os cariocas....

O samba é uma modalidade de música que desperta o interesse não só dos que cantam e dançam, mas também de pensadores e historiadores. Muitos estudos têm sido elaborados a respeito, já constituindo um acervo bibliográfico respeitável Associado às grandes paixões do brasileiro, assim como o futebol, o samba se tornou um dos principais gêneros musicais que expressam a identidade brasileira. Surgido a partir da mistura de cantos e ritmos dos negros vindos da África e associado com os ritmos já presentes, o samba tem seu destaque na região menos privilegiada da cidade do Rio de Janeiro e para a classe menos favorecida no período.
Surge em um período conturbado da história do Rio de Janeiro, onde ao início da República e com as modificações ocorridas na cidade novas formas de organização social são identificadas. Para uma nova classe de pessoas surgida após a abolição da escravatura, tem-se o samba que por eles foi apropriado como referencial de cultura. O samba foi visto como algo subversivo à ordem vigente. Posto em cheque diversas vezes, sendo os sambistas, em muitos casos, perseguidos.
Portanto, a partir da criação do samba “Pelo Telefone”, que sem mencionar as contradições de autoria, seria uma criação de Donga, configura-se o marco inicial da cultura do samba no Rio de Janeiro. Estabelecendo definitivamente esse gênero musical dentro da ótica de identidade nacional criada pelos cariocas e transmitida ao mundo. A presença de festividades com tradições africanas é sentida na colônia desde os primeiros anos de sua colonização.
A exemplo disso temos as congadas, onde presenciavam em rituais simbólicos a ideia da coroação dos reis do Congo, povo que os primeiros exploradores mantiveram contato em suas expedições pelo Oceano Atlântico. Seguindo a mesma lógica de procissão das festas católicas, as congadas representaram o cerne do que viria ser o samba posteriormente, se tornando primeiramente os maracatus, os ranchos de reis, que viriam a ser os carnavalescos e finalmente as escolas de samba.
A modinha, menos empolgante do que lundu sofria interferências diretas das letras italianas e das lúgubres músicas portuguesas, enquanto o lundu animava os espectadores com seu ritmo vibrante e com apresentações coreografadas. Elementos esses essenciais para a popularização do lundu para além dos espaços de convivência negra.
O lundu passa a ser considerado urbano, justamente, quando ultrapassa os limites raciais, sendo aceito pelos brancos e se tornando uma música “miscigenada”. Esse feito deve-se também, em grande parte, a criação por Domingos Caldas Barbosa, um mulato, diga-se, do lundu-canção, em meados de 1790.
Quando se torna acessível aos europeus, o lundu promove o contato das culturas negra e branca. Esse feito se torna mais importante porque não se rendeu a qualquer supremacia européia e manteve suas características rítmicas originais. Um exemplo dessa aceitação das manifestações artísticas de origem negra é quando o violão passa a ser dedilhado tal qual os instrumentos de corda de origem africana.
A influência musical dos negros vindos da África está presente em nossa cultura desde o tempo da colônia. Permanece até hoje em nosso convívio no som produzido pelos tambores que são tocados nos terreiros de umbanda e candomblé.
Estruturadas dentro de duas matrizes básicas vindas das civilizações conguesas e iorubana, o samba, sendo expressão básica da cultura brasileira é moldado dentro das tradições musicais dessas civilizações, assim como outros ritmos aqui presentes, principalmente dentro da lógica dos ritmos apresentados nas religiões afro.


Fonte: LOPRES, NEI. O Negro no Rio de Janeiro e sua tradição musical: Partido-alto, Calango, Chula e outras cantorias)