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segunda-feira, 1 de março de 2010

O samba se despede da elegância de Walter Alfaiate










O nome do sambista vem de um outro ofício de Walter, a alfaiataria. Enveredou-se pelo mundo do samba através dos blocos de Botafogo, bairro de seu nascimento. O encontro com ilustres sambistas como Mauro “Bolacha” Duarte em 1947 fez com que Walter conhecesse cada vez mais os compositores do bairro. Nos anos 60 participou de rodas de samba no Teatro Opinião e formou grupos como “Reais do samba” e o “Samba Fofo”.

Tornou-se conhecido quando Paulinho da Viola gravou: “Coração oprimido”, “A.M.O.R. Amor”e “ Cuidado teu orgulho te mata”. Seu ingresso na Portela veio de um convite de Mauro Duarte. Cabe ressaltar que assim como Cartola o seu reconhecimento veio tarde, aos 68 anos. A gravação de “Olha aí” de produção de Marco Aurélio e Aldir Blanc foi um sucesso, como também o “Samba na medida”, que relembrava os compositores de Botafogo. No entanto, o projeto em que mais encantou o sambista foi o tributo realizado a seu grande parceiro Mauro Duarte.

Nesta última sexta-feira, o Clube Democráticos, na Lapa, foi palco de uma grande homenagem ao compositor, que deixará saudades ao mundo do samba.

Fonte: Jornal O Globo.

sexta-feira, 5 de fevereiro de 2010

Samba e Carioca: uma combinação mais que perfeita!!!

É Carnaval e o samba vem surgindo, ressurgindo e renascendo entre os cariocas....

O samba é uma modalidade de música que desperta o interesse não só dos que cantam e dançam, mas também de pensadores e historiadores. Muitos estudos têm sido elaborados a respeito, já constituindo um acervo bibliográfico respeitável Associado às grandes paixões do brasileiro, assim como o futebol, o samba se tornou um dos principais gêneros musicais que expressam a identidade brasileira. Surgido a partir da mistura de cantos e ritmos dos negros vindos da África e associado com os ritmos já presentes, o samba tem seu destaque na região menos privilegiada da cidade do Rio de Janeiro e para a classe menos favorecida no período.
Surge em um período conturbado da história do Rio de Janeiro, onde ao início da República e com as modificações ocorridas na cidade novas formas de organização social são identificadas. Para uma nova classe de pessoas surgida após a abolição da escravatura, tem-se o samba que por eles foi apropriado como referencial de cultura. O samba foi visto como algo subversivo à ordem vigente. Posto em cheque diversas vezes, sendo os sambistas, em muitos casos, perseguidos.
Portanto, a partir da criação do samba “Pelo Telefone”, que sem mencionar as contradições de autoria, seria uma criação de Donga, configura-se o marco inicial da cultura do samba no Rio de Janeiro. Estabelecendo definitivamente esse gênero musical dentro da ótica de identidade nacional criada pelos cariocas e transmitida ao mundo. A presença de festividades com tradições africanas é sentida na colônia desde os primeiros anos de sua colonização.
A exemplo disso temos as congadas, onde presenciavam em rituais simbólicos a ideia da coroação dos reis do Congo, povo que os primeiros exploradores mantiveram contato em suas expedições pelo Oceano Atlântico. Seguindo a mesma lógica de procissão das festas católicas, as congadas representaram o cerne do que viria ser o samba posteriormente, se tornando primeiramente os maracatus, os ranchos de reis, que viriam a ser os carnavalescos e finalmente as escolas de samba.
A modinha, menos empolgante do que lundu sofria interferências diretas das letras italianas e das lúgubres músicas portuguesas, enquanto o lundu animava os espectadores com seu ritmo vibrante e com apresentações coreografadas. Elementos esses essenciais para a popularização do lundu para além dos espaços de convivência negra.
O lundu passa a ser considerado urbano, justamente, quando ultrapassa os limites raciais, sendo aceito pelos brancos e se tornando uma música “miscigenada”. Esse feito deve-se também, em grande parte, a criação por Domingos Caldas Barbosa, um mulato, diga-se, do lundu-canção, em meados de 1790.
Quando se torna acessível aos europeus, o lundu promove o contato das culturas negra e branca. Esse feito se torna mais importante porque não se rendeu a qualquer supremacia européia e manteve suas características rítmicas originais. Um exemplo dessa aceitação das manifestações artísticas de origem negra é quando o violão passa a ser dedilhado tal qual os instrumentos de corda de origem africana.
A influência musical dos negros vindos da África está presente em nossa cultura desde o tempo da colônia. Permanece até hoje em nosso convívio no som produzido pelos tambores que são tocados nos terreiros de umbanda e candomblé.
Estruturadas dentro de duas matrizes básicas vindas das civilizações conguesas e iorubana, o samba, sendo expressão básica da cultura brasileira é moldado dentro das tradições musicais dessas civilizações, assim como outros ritmos aqui presentes, principalmente dentro da lógica dos ritmos apresentados nas religiões afro.


Fonte: LOPRES, NEI. O Negro no Rio de Janeiro e sua tradição musical: Partido-alto, Calango, Chula e outras cantorias)

terça-feira, 5 de junho de 2007

Mulheres no Samba - Ana Costa

Mulheres no Samba
Falar de mulheres no samba é sempre muito interessante. É aquela voz doce e forte que marca qualquer roda de samba e faz a diferença., e assim é Ana Costa: uma cantora, instrumentista e compositora que vêm construindo há 15 anos uma carreira sólida, com muito carisma, simpatia e talento de sobra.
Das rodas de samba em Vila Isabel quando ela tocava num grupo só de mulheres ”O Roda” - onde participaram da gravação do CD Butiquim do Martinho (Sony) - até os dias de hoje, muitas coisas aconteceram em sua carreira. Sua pluralidade está presente em Meu Carnaval, seu primeiro CD solo, lançado em março de 2006 pela Zambo Discos, com produção de Bianca Calcagni.
Ana Costa foi eleita a revelação no 5º Prêmio Rival Petrobrás de Música. Participou do CD em homenagem a Mario Lago. Emplacou Olhos Felizes na programação da Radio MPB FM e também a musica Novos Alvos, parceria com Zélia Duncan e Mart´nália na voz de Paula Lima; além disso, foi considerada por Antonio Carlos Miguel como um dos talentos de 2006.
Este ano ela foi indicada como melhor cantora de samba e também melhor cantora no voto popular na 5ª edição do Prêmio Tim de Música. Com tudo isso, só podemos salvar a esta estrela que já brilha nesse seleto mundo que é o samba. Aos leitores do EPA um pouco sobre sua carreira e sua vida...

EPA Jornal – Com uma trajetória de 15 anos de carreira, como foi que você se descobriu uma cantora de samba?
Ana Costa: Primeiramente fui “atraída” para o samba através do Martinho da Vila e sua família. Ele produziu o Grupo Couer Sambá em que tinha como integrantes 2 de seus filhos. A partir daí comecei a trabalhar basicamente com samba como violonista e cantora.
EJ: Quais suas influências musicais?
AC:Minhas influências são muitas mas principalmente Martinho da Vila, Fundo de quintal, Candeia....a nossa madrinha Beth Carvalho e outros que não são exatamente do samba como Djavan, Marina Lima e as minhas parceiras Zélia Duncan e Martnalia .Tem uma galera nova que me identifico muito como a Fernanda Porto e a Paula Lima.
EJ: O samba vem atualmente aparecendo com muita força, vemos a revitalização da Lapa com muitas casas especializadas nesse ritmo, como você percebe este crescimento do samba no Rio de janeiro?
AC:Esse crescimento já acontece à um bom tempo, graças a Deus faço parte disso tudo! Percebo como um movimento natural já que o Rio de Janeiro como pólo cultural do Brasil já a um tempo vinha sofrendo com a falência de vários ambientes de música e entretenimento que geralmente estavam situados na Zona Sul. A Lapa sempre teve esse espírito da boemia incorporado nas suas ruas, vielas,esquinas, casarões (a maioria fechados, abandonados). Mas como tudo é cíclico o movimento voltou à Lapa primeiramente de uma forma bastante informal mas com verdade. Como eu acredito que tudo o que é verdadeiro perdura, essa verdade vigora até hoje levando milhares de pessoas semanalmente nesse novo velho bairro que é a Lapa com seus casarões reformados e oferecendo musica e serviço de qualidade.
EJ: Você já foi backing vocal de Martinho da Vila, Noca da Portela, Dorina, entre outros. Fale um pouco desta experiência?
AC:Foram experiências muito importantes pra mim principalmente pelo contato com a arte de cada um. Isso ajuda muito na hora de você formatar o teu próprio trabalho. Te traz experiência.
EJ: De que forma você procura inspiração para compor? Como é este processo?
AC:Inspiração no dia a dia, nas minhas andanças e experiências pessoais e também um pouco de fantasia somada a isso tudo!!
EJ: Que compositores você mais admira?
AC:Chico Buarque não vale...rs ,Paulo Cesar Pinheiro, Mauro Duarte alem do Arlindo Cruz, Sombrinha.. Gosto muito da dupla Marceu Veira e Tuninho Galante que fazem parte dessa nova “leva” de compositores e que eu tive a honra de gravar.
EJ:Você já dividiu palco com Beth Carvalho, Martinho da Vila, Jorge Aragão, Velha guarda da Portela, Leci Brandão, enfim, artistas de peso. Conte um pouco sobre isso e com quem ainda você gostaria de cantar.
AC:Sem dúvida foram grandes prazeres pra mim dividir o palco com esses ícones do samba. O que mais me encanta no samba é essa generosidade dos mais velhos com os mais novos. Atualmente quem faz a minha cabeça e que me dá o maior cartaz é o Arlindo Cruz. Todas as vezes que cantei com ele fiquei muito emocionada.E quando juntou Arlindo e Zélia Duncan??? Foi felicidade total.
EJ:Que show mais te marcou?
AC:Posso enumerar vários:Martinho da Vila com o Butiquim do Martinho no Tom Brasil, o show do meu grupo Roda de Saia com o João Nogueira como convidado no antigo Ballroom e mais recentemente o meu show no CCC que tinha como convidados a Zélia Duncan e o Arlindo Cruz.
EJ: Como surgiu o roda?
AC:O Roda surgiu numa época ingênua aonde todas éramos felizes tocando nos botequins dessa cidade. Um grupo que deu super certo!! Fizemos muitas coisas juntas e foi ali que realmente eu me lancei.
EJ:Vila Isabel sempre foi conhecida por ter muita roda de samba, como foi para você participar durante 11 anos de um grupo de apenas mulheres que tocavam samba?
AC:Vila Isabel hoje em dia vive muito em função da Escola de Samba. Os tempos são outros e naquela época as rodas de samba na rua eram muito comuns. Foi uma época de muito divertimento, muita alegria. Tenho grandes lembranças dessa época, do meu grupo, dos sonhos e anseios. Ali foi o começo de tudo pra mim. Vila Isabel é minha casa. E acredito que o Grupo O Roda foi de grande importância naquele contexto todo, fomos pioneiras.
EJ:Você foi eleita “cantora revelação”no 5º premio Rival Petrobrás BR, como foi esta experiência para você?
AC:Acho que a função de um prêmio é dar uma injeção de ânimo reafirmando e trazendo um certo reconhecimento a tudo aquilo que o artista sempre acreditou. Pra mim foi uma alegria só e com certeza me senti mais “animada” pra correr atrás do que acredito.
EJ:Fale um pouco sobre seu primeiro cd “Meu carnaval” lançado em 2006?
AC:Pois é....gravei esse Cd sem comprometimento com gravadoras, sem produtor “famoso”, etc. A maioria dos arranjos é meu. Tive apenas o cuidado de mostrar a minha sonoridade em comunhão perfeita com os músicos. Busquei o repertório com meus amigos de vida, de samba, de bar, que são grandes compositores. A fórmula é simples: fazer o que se gosta rodeada de amigos! Só isso. E deu certo!!!
EJ:Este ano você foi indicada como melhor cantora de samba e melhor cantora no voto popular na 5º edição do premio Tim de música. Conte um pouco sobre o que sentiu com esta indicação.
AC:Já havia falado da sensação de receber um prêmio. No caso do Prêmio Tim que é um prêmio de importância nacional, que segundo o próprio presidente da TIM foram recebidos cerca de 10 mil Cds....só tenho o que comemorar! Mais uma vez me sinto uma vencedora e fazendo um trabalho que só me deu prazer. E outra coisa: era Marisa Monte, Alcione e Eu!
EJ: O que é a música para você?
AC:É a minha vida, meu sonho e minha realidade.
EJ: Que música mais marcou sua vida?
AC:São tantas...vou citar uma lá de trás da galera do Clube da Esquina mas precisamente do meu ídolo Beto Guedes: LUMIAR. Essa música fez parte da minha vida na minha adolescência, justamente na minha fase de formação musical.
EJ: O que você diria para quem está começando a construir uma carreira no meio do samba.
AC:Diria pra ouvir muita música, não só samba, diria pra ir pras rodas de samba, diria pra se juntar com o povão, pra curtir muito o simples prazer de estar lá, e construir uma carreira calcada na verdade e na coerência.
EJ:O que é o sucesso para você?
AC:É as pessoas te reconhecerem na rua!!!rsrsrrs
Bate bola:

Uma música
Moleque Atrevido (Jorge Aragão)
Um cantor (a)
Tantinho da Mangueira
Um filme
Closer
Uma frase
Como diz meu parceiro Jorge Agrião: “Cada piloto na sua aeronave” rsrs
Um herói
Na altura do campeonato, só o Chapolin....tá ruim.
Um defeito
Preguiça
Uma qualidade
Lealdade
Um homem
Alceu Maia (meu cavaquinista)
Uma mulher
Marina Lima
O que você não faria de jeito nenhum
É tudo muito relativo.....quem me garante que o que não faria hj eu não possa fazer amanha??
Um medo
De doenças
Um sonho
Trabalhar com dignidade, sem desrespeito com a nossa classe.

Michele Rangel

FEIJÃO EM VERDE E ROSA


Fazendo a matéria... eu, Tata, Katinha e Ana...
Feijão em verde e rosa
Tradicional Feijoada da Família mangueirense homenageia baluartes do samba






Na verdade, existe uma polêmica quanto a origem da feijoada; a mais conhecida é a de que os senhores das fazendas de café, das minas de ouro e dos engenhos de açúcar davam aos escravos os "restos" dos porcos, quando estes eram carneados; alguns crêem que sua origem tem a ver com receitas portuguesas e ainda há os que sustentam que ela é inspirada em um prato francês, o cassoulet, que também leva feijão no seu preparo.
Contudo, mesmo tendo tantas versões sobre sua origem, uma coisa é unânime é a combinação perfeita apreciada por todo bom carioca. Para acrescentar um tempero a mais a esta mistura, o carioca introduziu o samba e a cerveja e, assim onde tem um, está o outro e a satisfação e alegria estão garantidas.
No palácio do samba, sempre no segundo sábado do mês acontece a tradicional feijoada da família mangueireinse, que conta com os organizadores Ivo Meirelles, presidente da bateria da Mangueira e o Stevie que garantem um ambiente de descontração, onde eles buscam homenagear grandes nomes do samba, reunindo a família e convidados de peso. A próxima feijoada será comandada pelo Grupo Karta Marcada e receberá ilustres participações como Farofa Carioca, e homenagens à Ilha do Governador e ao mestre do samba Tantinho de Mangueira, vencedor do prêmio TIM de melhor cd de samba, “Memórias em verde e rosa”.

- Este prêmio é mais que merecedor e receber Tantinho da Mangueira na nossa feijoada, homenageá-lo no lugar onde ele cresceu e ajudou a construir será uma honra. Ter também conosco a União da Ilha que precisa voltar para o lugar de onde nunca deveria ter saído e o Farofa Carioca, que é um grupo feito de bambas, só me faz bem, declara Stevie.

E será de fato um grande acontecimento. O Compositor e Intérprete, Tantinho é representante da quarta geração de compositores - uma das mais belas vozes do mundo do samba - e criou um repertório relembrando os antigos moradores do morro, resgatando suas raízes e fazendo uma pesquisa de grande relevância. O resultado disso está no cd que conta com participações especiais de Nelson Sargento, Mestre Xangô, Jurandir e Preto Rico e reúne composições dos anos 30 aos anos 60, tendo como exceção á faixa dedicada a D Neuma, que foi feita em 2000
Portanto, motivo é o que não falta para trazer a família e os amigos, se deliciar com uma feijoada de primeira qualidade e curtir um samba de gente grande feito por bambas. Vista-se de verde e rosa, dê uma chance à nostalgia e venha se contagiar com verdadeiros guerreiros, que com sua coragem, exemplo e talento nos dão a inspiração para manter viva a chama do samba!!!
Michele Rangel
Entrada: R$ 5,00
Classificação Etária: Livre
Feijoada - R$10,00
Estacionamento - R$ 5,00
Rua Visconde de Niterói - 1072 - Quadra da Mangueira