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domingo, 27 de maio de 2007

Heitor dos Prazeres, um dos Pintores do Samba


Lendária figura da fase pioneira do samba, nasceu no Rio de Janeiro e cresceu na zona do Mangue e da Praça Onze, trabalhando desde os 7 anos de idade e tendo inclusive sido preso por vadiagem aos 13. Freqüentava as primeiras rodas de samba e macumba na famosa casa da Tia Ciata e foi um dos fundadores da escola de samba Vai Como Pode, que mais tarde virou Portela, nos anos 20. No final dessa década desenvolveu uma rixa com Sinhô, o Rei do Samba, por causa da autoria de algumas músicas, que Sinhô teria se apropriado indevidamente, como "Gosto que Me Enrosco", grande sucesso na voz de Mário Reis. Por causa da disputa Heitor dos Prazeres compôs dois sambas satíricos, como protesto: "Olha Ele, Cuidado!" e "Rei dos Meus Sambas". Na década de 30 teve sambas gravados pelos grandes cantores do rádio, como Mário Reis (que gravou "Deixaste Meu Lar") e Francisco Alves (que gravou "Mulher de Malandro"). Um de seus maiores sucessos foi "Pierrô Apaixonado", parceria com Noel Rosa, gravada em 1936 por Joel e Gaúcho, com arranjo de Pixinguinha e acompanhamento da orquestra Diabos do Céu. Outras músicas também populares foram "Lá em Mangueira" (com Herivelto Martins) e "Canção do Jornaleiro". Passou a trabalhar na rádio, criando o grupo Heitor e Sua Gente e mais tarde integrou outros conjuntos de samba, como o Grupo Carioca, que contava com Cartola e Paulo da Portela. Nos anos 50 trabalhou como produtor e ritmista na Rádio Nacional. Teve expressiva atuação também como pintor, participando de exposições. Em 1999, o Museu de Belas Artes, no Rio, realizou a mostra "As Três Artes de Heitor dos Prazeres", destacando sua atuação como pintor, poeta e compositor.

Katia Barros

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