Pesquisar este blog

terça-feira, 29 de maio de 2007

O frevo ultrapassa fronteiras

O frevo que surgiu das marchas, maxixes e dobrados, nas ruas do Recife, nos fins do século XIX e início do século XX, fará em 2007, cem anos de existência. O ritmo efervescente que toma conta do carnaval pernambucano é incrementado por uma dança de passos e saltos acrobáticos e possui suas raízes nas quadrilhas européias e nas bandas militares do século passado. A irreverência do carnaval pernambucano é vista nas ruas de Recife e nas ladeiras de Olinda, onde todos dançam ao ritmo do frevo, numa alegria contagiante, que faz qualquer um querer fazer o passo.
A palavra “Frevo” tem origem no termo ferver, contudo, o povo na sua simplicidade dizia “frever” e assim, o nome foi se adaptando. Também são inúmeras as suas subdivisões, podendo se tratar apenas da versão instrumental que se denomina o Frevo de Rua. O frevo canção ou marcha canção já alia ao instrumental uma canção, como o próprio nome diz e ainda existe o Frevo de bloco ou marcha de bloco que é executado por orquestras de Pau e Corda e conta com a presença de corais femininos.
Contudo, muitos clássicos da música pernambucana, por exemplo, nunca passaram das fronteiras nordestinas, apesar de terem tremendo êxito de público em Pernambuco. E é exatamente como cantou Alceu Valença, com a experiência e a vivência de quem entende do assunto: - “Bom demais, bom demais, bom demais, bom demais, menina vamos nessa que o frevo é bom demais”. O cantor pernambucano foi um dos artistas que contribui muito para que este ritmo ficasse conhecido em locais como o Rio de Janeiro, fazendo com que muitos cariocas conhecessem a música que ferve em sua terra natal.
Cada iniciativa de se tornar conhecido àquilo que muitas vezes fica enraizado em seu lugar de origem ou preso a uma determinada época específica deve ser louvada. Sabemos que a tradição é uma só, ela existe em seu lugar e vai se recriando de tempos em tempos, pelo povo e para o povo.
Michele Rangel

Nenhum comentário: