Como carioca, eu não consegui dormir essa noite pensando nas pessoas que estão correndo risco de vida no Estado do Rio de Janeiro. Sabemos que o processo de favelização foi iniciado no início do século, tendo como um dos motivos principais as mudanças que a cidade sofria no embelezamento proposto pelo Prefeito Pereira Passos, alíás um tema muito interessante. Morros foram aterrados, regiões do centro da cidade sofreram grandes e significativas mudanças. Passaram-se mais de 80 anos, uma população cada vez mais numerosa e as autoridades não tomaram uma providência. Sabemos que é perigoso morar nas encostas, sabemos que o lixo acumulado nas ruas impede o escoamento da água, e foi preciso 135 mortes (até agora) para que o Prefeito fale em retirar a população das áreas de risco? Retirar os moradores do Morro dos Prazeres? Essa decisão já era para ter sido tomada há muito tempo atrás. O Rio sempre sofreu com as chuvas e precisou chover mais de 288m³ e morrer mais gente para que as autoridades enxergassem agora o verdadeiro Rio. Um Rio de favelados, um Rio que precisa de mais incentivo à Educação, um Rio que precisa de mais cuidado, não apenas de holofotes. Falo em Educação, pois se faz necessário falar de Meio Ambiente, reforçar a questão da coleta de lixo, e até mesmo falar de um consumo mais consciente. O tema é amplo e profundo, mas não dá mais para se calar diante do que passamos nesses últimos 4 dias.
Kátia Barros
Foto: O Globo Online
quinta-feira, 8 de abril de 2010
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Um comentário:
Diante de tanto sofrimento , a minha indignação não tem tamanho e pergunto ao poder público às associações de moradores, enfim a todos que de uma forma incisiva tem o poder de previnir tragédias desta proporção.
Não se pode tratar vidas humanas como mero curral eleitoral. A população diante dos problemas imediatos se torna insana e ocupam locais que não são adequados. É preciso necessário o braço firme do estado diante desse quadro. Mas enquanto existir pessoas que estejam comprometidas com o lucro, mesmo que venha banhado de lágrimas, de terror e muito sangue; seremos aterrorizados com as imagens que povoam nossos televisores e jornais.
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