Galeras Cariocas
A juventude tem limites mínimo e máximo e esses variam em cada momento histórico. A trajetória dos jovens perpassa caminhos de luta por uma sociedade mais justa e igualitária. É fundamental notar como a conjuntura histórica influenciou essas gerações ao longo dos tempos. E assim, entender porque atualmente existe uma maior consciência social. Percebemos hoje um crescimento no número de pessoas envolvidas em projetos que visam à saída desse sistema que pouco permite evasão.
O livro “Galeras cariocas” do sociólogo Hermano Viana aborda um estudo que busca entender a juventude e seu caráter transformador, mergulha em mundos diferenciados e revela como cada um agrega valor diferenciado. Realiza uma abrangente pesquisa que trata da juventude dos anos 60 e 70, em tempos de repressão, a juventude militar, até a juventude dos dias de hoje.
O autor mostra como se dão os encontros e os conflitos entre as galeras dos anos 90, intensificando seu estudo no atual e como a “cultura do medo”, de forma diferenciada, desenvolvida pela violência afeta cada uma delas. Seleciona uma série de exemplos e alternativas de pessoas que mesmo convivendo na rotina violenta imposta pelo tráfico de drogas conseguem alternativas para sair do mundo do crime, que pode ser pela Religião, pela Arte e pela inserção no mercado de trabalho.
Como exemplo de conflitos, o autor analisa os bailes funks que compreendem a tensão entre a competição e a hostilidade, entre rivalidades sem grande importância e confrontos mais sérios. De acordo com o contexto instaurado nesses bailes os jovens tecem atitudes que permeiam entre o lúdico e o violento e que são a forma como esses jovens descarregam seu sentimento de abandono e revolta diante de um sistema que abandona e discrimina todo e qualquer movimento das classes menos favorecidas.
Hermano Vianna trabalha em seu livro paralelamente o livro Cidade Partida de Zuenir Ventura que revela o cotidiano de jovens moradores de Vigário Geral. Nessa pesquisa de campo o jornalista encontrou grupos juvenis como o GerAcão e o grupo cultural Afro Reggae, assim como a Casa da Paz que reúnem jovens que buscam a vida longe da vida do crime.
Nessa luta pela erradicação da fome e da miséria observou se o empenho não só dos jovens moradores da favela, que queriam constituir um futuro mais digno, como também de estudantes de diversas áreas do Rio de Janeiro, que em união buscaram soluções para questões de desigualdades sociais e violência na cidade.
O Afro Reggae ficou conhecido em todo o Rio por exemplos de cidadania, que tirou jovens da rua, que podiam estar à mercê de traficantes e sem perspectivas de saírem dessa realidade, em que muitas vezes, é intensificado pelo preconceito e o descaso da sociedade que se diz preocupada, mas não realiza práticas que promovam mudanças reais.
Esses encontros tornaram viáveis trocas entre quem vive e mora na favela de Vigário Geral e os que moram no asfalto. Trocas que ensinam mais quem estava fora através do contato direto e da experiência, uma realidade além da que a mídia costuma revelar.
O autor buscou também analisar uma outra parcela de jovens que se denominavam a juventude militar, que se inseriam nesse caminho ara adquirir acesso ao estudo e crescimento de carreira. Estes jovens que tiveram voz no início de suas formações com o tempo a perderam devido ao regime autoritário imposto por militares que utilizavam uma outra forma de obediência que também tinha no medo caráter de coesão.
Já os jovens revolucionários dos anos 60/70 em sua maioria vinham de uma classe média que possui um sistema de valores que possibilitava que estes tivessem um projeto de vida. Muitos queriam ser médicos, engenheiros, professores, advogados, mas o contexto social e político da época acabou transformando estes em líderes revolucionários. Foi uma década em que se destacavam artistas, intelectuais e jovens que buscavam pela educação politizar o povo para que estes adquirissem consciência crítica em tempos em que o golpe queria fazer a juventude calar.
O livro mostra como a juventude nos seus mais diversos grupos como os jovens das periferias, os da classe média, revolucionários, artistas, enfim todos que representam esse país possuem suas formas peculiares de se relacionarem com uma realidade desigual.
Um país de pluralidade cultural onde a superioridade e o etnocentrismo se disfarçam, mas sobrevivem de modo muito forte em nossa sociedade. Ninguém nasce com preconceito; ele se adquire através de estereótipos injetados em nossos corpos e mentes através dos tempos.
Hoje em dia ninguém é uma coisa só. Todo e qualquer grupo deve aceitar as diferenças e buscar soluções viáveis para resolução de uma causa única, que é a social. E cada vez mais percebemos que o jovem aparece tecendo atitudes para mudar a realidade em que vivemos.
Michele Rangel
A juventude tem limites mínimo e máximo e esses variam em cada momento histórico. A trajetória dos jovens perpassa caminhos de luta por uma sociedade mais justa e igualitária. É fundamental notar como a conjuntura histórica influenciou essas gerações ao longo dos tempos. E assim, entender porque atualmente existe uma maior consciência social. Percebemos hoje um crescimento no número de pessoas envolvidas em projetos que visam à saída desse sistema que pouco permite evasão.
O livro “Galeras cariocas” do sociólogo Hermano Viana aborda um estudo que busca entender a juventude e seu caráter transformador, mergulha em mundos diferenciados e revela como cada um agrega valor diferenciado. Realiza uma abrangente pesquisa que trata da juventude dos anos 60 e 70, em tempos de repressão, a juventude militar, até a juventude dos dias de hoje.
O autor mostra como se dão os encontros e os conflitos entre as galeras dos anos 90, intensificando seu estudo no atual e como a “cultura do medo”, de forma diferenciada, desenvolvida pela violência afeta cada uma delas. Seleciona uma série de exemplos e alternativas de pessoas que mesmo convivendo na rotina violenta imposta pelo tráfico de drogas conseguem alternativas para sair do mundo do crime, que pode ser pela Religião, pela Arte e pela inserção no mercado de trabalho.
Como exemplo de conflitos, o autor analisa os bailes funks que compreendem a tensão entre a competição e a hostilidade, entre rivalidades sem grande importância e confrontos mais sérios. De acordo com o contexto instaurado nesses bailes os jovens tecem atitudes que permeiam entre o lúdico e o violento e que são a forma como esses jovens descarregam seu sentimento de abandono e revolta diante de um sistema que abandona e discrimina todo e qualquer movimento das classes menos favorecidas.
Hermano Vianna trabalha em seu livro paralelamente o livro Cidade Partida de Zuenir Ventura que revela o cotidiano de jovens moradores de Vigário Geral. Nessa pesquisa de campo o jornalista encontrou grupos juvenis como o GerAcão e o grupo cultural Afro Reggae, assim como a Casa da Paz que reúnem jovens que buscam a vida longe da vida do crime.
Nessa luta pela erradicação da fome e da miséria observou se o empenho não só dos jovens moradores da favela, que queriam constituir um futuro mais digno, como também de estudantes de diversas áreas do Rio de Janeiro, que em união buscaram soluções para questões de desigualdades sociais e violência na cidade.
O Afro Reggae ficou conhecido em todo o Rio por exemplos de cidadania, que tirou jovens da rua, que podiam estar à mercê de traficantes e sem perspectivas de saírem dessa realidade, em que muitas vezes, é intensificado pelo preconceito e o descaso da sociedade que se diz preocupada, mas não realiza práticas que promovam mudanças reais.
Esses encontros tornaram viáveis trocas entre quem vive e mora na favela de Vigário Geral e os que moram no asfalto. Trocas que ensinam mais quem estava fora através do contato direto e da experiência, uma realidade além da que a mídia costuma revelar.
O autor buscou também analisar uma outra parcela de jovens que se denominavam a juventude militar, que se inseriam nesse caminho ara adquirir acesso ao estudo e crescimento de carreira. Estes jovens que tiveram voz no início de suas formações com o tempo a perderam devido ao regime autoritário imposto por militares que utilizavam uma outra forma de obediência que também tinha no medo caráter de coesão.
Já os jovens revolucionários dos anos 60/70 em sua maioria vinham de uma classe média que possui um sistema de valores que possibilitava que estes tivessem um projeto de vida. Muitos queriam ser médicos, engenheiros, professores, advogados, mas o contexto social e político da época acabou transformando estes em líderes revolucionários. Foi uma década em que se destacavam artistas, intelectuais e jovens que buscavam pela educação politizar o povo para que estes adquirissem consciência crítica em tempos em que o golpe queria fazer a juventude calar.
O livro mostra como a juventude nos seus mais diversos grupos como os jovens das periferias, os da classe média, revolucionários, artistas, enfim todos que representam esse país possuem suas formas peculiares de se relacionarem com uma realidade desigual.
Um país de pluralidade cultural onde a superioridade e o etnocentrismo se disfarçam, mas sobrevivem de modo muito forte em nossa sociedade. Ninguém nasce com preconceito; ele se adquire através de estereótipos injetados em nossos corpos e mentes através dos tempos.
Hoje em dia ninguém é uma coisa só. Todo e qualquer grupo deve aceitar as diferenças e buscar soluções viáveis para resolução de uma causa única, que é a social. E cada vez mais percebemos que o jovem aparece tecendo atitudes para mudar a realidade em que vivemos.
Michele Rangel
Nenhum comentário:
Postar um comentário