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quarta-feira, 28 de novembro de 2007

Novidades


Aos leitores do blog, eu peço desculpas por estar desatualizado. Venho informar que retornaremos nossas atividades em breve com dicas culturais, discussões interessantes, muita história da Música Brasileira para contar.


Beijocas para todos


Kátia Barros e Michele Rangel

Foto: Eu e a Michele na Estação Primeira de Mangueira, nossa paixão

quinta-feira, 20 de setembro de 2007

Zecapagodiscos


Mais um superprojeto capitaneado pelo nosso querido Zeca.


Boa Sorte

Rodas do Rio

2a. Feijoada do Grupo dos 5

Com os grupos Roda de Bamba e Ciranda do Povo.
Sara e convidados .

PARTICIPAÇÕES ESPECIAIS

Antecipado: R$8,00 (com direito a uma deliciosa feijoada)

Dia 22/09/2007 a partir das 13:00hs

Av. Bras de Pina, no 1988 Casa de Espinho, ao lado do Prezunic.

Rodas Tradicionais

Grêmio Recreativo Cacique de Ramos

Todos os domingos às 17:00hs com o excelente grupo Partideiros do Cacique.
Uma das rodas de samba mais tradicionais da cidade, vale a pena conferir!

Rua Uranos, 1326 Ramos

Entrada Franca

quinta-feira, 23 de agosto de 2007

Um pouco da história do samba



... A região do Estácio, morada de artífices, operários e biscateiros, vizinho de São Carlos, era um ponto natural de encontro. Convergência de malandros, alguns deles excelentes sambistas, e tem uma história importante no samba. Os botequins do Estácio, sobretudo os do Compadre e Apolo, eram freqüentados pelos bambas que fundaram a primeira escola de samba.




... Em 12 de agosto de 1928 surge a primeira das escolas de samba, a Deixa Falar, no bairro do Estácio de Sá.




... O nome "escola" foi escolhido por Ismael, fazendo analogia com a Escola Normal do largo do Estácio. A nova agremiação carnavalesca formaria “professores” de samba.




... Ismael Silva estaria agora fazendo 101 anos. Ele nasceu em Jurujuba, no comecinho do século passado. Mas é filho legítimo do Estácio de Sá, bairro onde nasceu, em 1928, a primeira escola de samba. O Estácio, onde Ismael Silva chegou aos três anos de idade no colo da mãe, já era reduto da malandragem, da cultura negra e do samba carioca. Estava pertinho da Praça Onze; portanto, perto de Tia Ciata, de Donga, de João da Baiana, de Sinhô e de tantos bambas. Segundo o dramaturgo Hersch W. Basbaum, o Estácio nunca existiu. “O que existiu foi um bairro parecido com o Estácio e que, por acaso, chamava-se Estácio”.




... A Deixa Falar surgiu para que os sambistas pudessem desfilar da mesma forma que os integrantes dos ranchos carnavalescos, sem repressão policial. A repressão atingia os sambistas em geral, devido ao fato do samba na época ser bastante cantado após os cultos de candomblé, que era alvo da polícia. A perseguição vai sendo reduzida com o fim da criminalização das religiões afro-brasileiras.




... A Deixa Falar desfilou pela primeira vez no ano seguinte, cantando na Praça Onze os sambas do pessoal do Estácio. Nessa época, como o samba carioca guardava ainda semelhanças com o maxixe, esse grupo de sambistas foi o responsável pela criação e fixação de um novo tipo de samba, cuja batida marcada por instrumentos de percussão era mais apropriada para os desfiles das escolas que surgiam.




... Ismael Silva em depoimento ao jornalista Sérgio Cabral, disse que a alteração rítmica era necessária porque "a gente precisava de um samba para movimentar os braços para a frente e para trás durante o desfile". Assim, materializando a intenção dessa geração, agregada por volta de 1927 em torno do bairro do Estácio, entra em cena o samba batucado da Deixa Falar, considerada a primeira escola de samba responsável por desvilcular o samba do maxixe, para adequá-lo à progressão dos préstitos, propiciando um andamento mais leve.




... O samba chega a Oswaldo Cruz através das festas religiosas na casa de "seu" Napoleão José do Nascimento, pai do lendário Natal, que contava com a presença de Dona Benedita, velha senhora que vinha do Estácio acompanhada de Brancura, Baiaco, Ismael Silva e outros bambas que estavam desenvolvendo este ritmo no morro de São Carlos. Através deste intercâmbio, o samba chega finalmente à "roça". Assim, Oswaldo Cruz se torna um importante reduto do novo ritmo carioca.




... Foi no samba do Estácio, e por conseqüência na Deixa Falar, que Bide criou o surdo, para facilitar a idéia de cortejo que já habitava a mente daqueles pioneiros do Estácio e abrir novas perspectivas para compositores e executantes do ainda novo ritmo.




... E o mesmo Bide que inventou o surdo criaria também o tamborim, responsável pelos principais detalhes rítmicos entre a primeira e a segunda do surdo.




... Segundo o próprio Cartola, a Mangueira não tinha surdo. Quem tinha surdo era o pessoal do Estácio. "Aí, Sílvio Caldas trouxe um surdo à Mangueira".




... Ainda na mesma entrevista, Cartola afirma que: "A amizade com o pessoal do Estácio era intensa. O Estácio era escola mais velha, não devemos discutir isso. Tínhamos, assim, um certo respeito pelo Estácio. A gente desfilava nos domingos de carnaval na Praça Onze e, às segundas-feiras, o pessoal do Estácio vinha para o morro. Na Terça-feira, a Mangueira ia ao Estácio. Mesmo fora do carnaval, o pessoal do Estácio vinha para o morro cantar samba em qualquer dia da semana. Tínhamos respeito a eles como os mestres do samba. Houve até uma vez que fiz um samba em homenagem ao pessoal do Estácio que visitava a Mangueira".




E que a letra desse samba é:


Velho Estácio (Cartola) Muito velho, pobre velho,Vem subindo a ladeiraCom a bengala na mãoÉ o velho, velho EstácioVem visitar a MangueiraE trazer recordaçãoProfessor chegaste a tempoPra dizer neste momentoComo podemos vencerMe sinto mais animadoA Mangueira a seus cuidadosVai à cidade descer.




... O samba encontraria sua forma mais autenticamente popular e carioca no estilo dos compositores do Estácio. Este samba desceu o morro com Ismael.




... O surgimento da Deixa Falar coincidiu com a implantação da gravação elétrica no Brasil, responsável pelo impulso ao mercado do disco.




... No alvorecer da década de ouro do rádio, cantores como Mário Reis e Francisco Alves -o grande nome do rádio brasileiro nos anos 30- garimpavam seu repertório de sambas no Estácio. “Descobriram depois que muitas músicas de autoria do Francisco Alves tinham sido compradas do Ismael Silva”, garante Maria Thereza Melo Soares, de 80 anos, autora do livro São Ismael do Estácio.




... Este novo estilo de samba logo despertou o interesse da indústria musical e chegou aos ouvidos de jovens brancos de classe média. Noel Rosa é o maior exemplo disso. Branco, universitário e de classe média, ele passa a compor suas músicas influenciado pelos sambas batucados no melhor estilo do bairro do Estácio.




... Com a explosão da era do rádio a partir dos anos 30, o samba do Estácio ganha enorme difusão através de cantores como Francisco Alves, Orlando Silva, Silvio Caldas, Mário Reis, Carmen Miranda - que consegue projetá-lo internacionalmente a partir do cinema - e mais adiante Dalva de Oliveira, Aracy de Almeida, Elizeth Cardoso, entre outros.




... Chico Buarque tem na condição de mestre o grande Ismael Silva - como disse certa vez Lúcio Rangel, corrigindo Mário de Andrade, que o citara simplesmente por nome e sobrenome, sem a reverência que se impunha - pode ser considerado, à frente dos bambas de sua convivência no Estácio, o estruturador do samba, na forma pós-maxixe em que se converteu no ritmo da pulsação nacional.



Fonte: site oficial da Estácio de Sá

quinta-feira, 2 de agosto de 2007

Mais uma vez Mangueira

G.R.E.S. ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA - APRESENTA:A TRADICIONAL FEIJOADA DA FAMÍLIA MANGUEIRENSE!
No Dia 11 de AGOSTO de 2007, das 13h às 18h.
A RODA É DE BAMBA!!! SEMPRE NO SEGUNDO SÁBADO DE CADA MÊS! HOMENAGEM:O G.R.E.S.Unidos da TijucaCANTORA e COMPOSITORA ANA COSTA
CANTORA e COMPOSITORA SANDRA DE SÁ
CONVIDADO GRUPO QUINTETO DO SAMBA
Apresentação:Serginho Meriti Com o Grupo karta MarkadaOrganização: Stevie & Ivo Meirelles - (Stevie 7829-2571Assessoria do Evento: Celia Abend Comunicação: Pedrinho da Mangueira Divulgação: Chico da Curimba Avisos importantes: QUADRA DA ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA Rua Visconde de Niterói - 1072 - Quadra da Mangueira Entrada: R$ 5,00 - Feijoada: R$ 10 - Estacionamento: R$ 5,00 Classificação Etária: Livre

quarta-feira, 1 de agosto de 2007

Mania de Cultura

Barra ganha novo espaço dedicado à Cultura

Downtown será sede do Espaço Mania de Cultura, um local para cursos e palestras voltados aos moradores da Zona Oeste



Aprender e ampliar conhecimentos virou uma tendência entre os cariocas. Foi pensando nisso que a artista plástica Simone Mantuano decidiu criar o Espaço Mania de Cultura, um pólo voltado para cursos e palestras sobre vários campos do saber. Da história da arte à culinária, a idéia é reunir opções interessantes para toda a família e atrair público de todas as idades. Por exemplo, para as crianças estão previstas oficinas de pintura, cursos de DJ e gastronomia; para os pais, as opções vão desde ciclo de palestras sobre adolescência à História do Móvel no Brasil.
Localizado no shopping Downtown, na Barra da Tijuca, o Espaço associa a infra-estrutura do local com a proximidade de quem mora no bairro e arredores.

A inauguração será no dia 3 de agosto de 2007. Na ocasião, estão previstas uma exposição de quadros de diversas fases de Simone Mantuano, além de breves apresentações sobre vinho, moda e a evolução do móvel no Brasil.

Entre os cursos já confirmados estão: Grupo de Estudos e Degustação de Vinhos com Mike Taylor, Mulheres em Cinco Tempos – História Exibida nos Cinemas com Maria Inês Gurjão, Teatro com Marcus Weinenberg e Pedro Jones, Mitologia Grega com Renato Kress, e Gastronomia com a chef Mariana Rodrigues.


Mania carioca. O interesse dos moradores do Rio pela programação cultural já tinha sido percebido pela produtora cultural Ana Cristina Tavares, quando esta criou a newsletter Mania de Cultura que destacava alguns dos programas que a cidade oferecia.
Pouco tempo depois, Simone se juntou a Ana Cristina, e o que começou como uma forma de trocar informações com os amigos ganhou ares profissionais com o crescimento do interesse pelas dicas da dupla.




Espaço Mania de Cultura
Endereço: Av. das Américas, 500 - Bl. 15/ 2º andar
Telefone: 21- 3139-4105
Site: www.maniadecultura.com.br
__________________________________
Ana Cristina TavaresAss. de imprensa
55 21 8899.0107anacristavares@terra.com.br

Michele Rangel

segunda-feira, 30 de julho de 2007

domingo, 22 de julho de 2007

Video Arte





Fonte: site do Circo Voador, Rio de Janeiro

A educação através da música


O samba pode ser um instrumento de ensino de professores. É o que acredita a educadora e cantora Elzelina Dóris dos Santos, idealizadora do Cantando a História do Samba, projeto que irá promover entre os dias 16 e 18, nas dependências do colégio Imaco, o 1º Seminário Diálogos entre o Samba e a Escola.

O objetivo do evento gratuito é divulgar para os professores de Belo Horizonte como o samba pode contribuir para a execução da lei 10.639 – que institui o ensino de história da cultura dos negros em sala de aula.

"O samba foi instrumento efetivo de luta do povo negro para que pudesse se inserir na sociedade. O primeiro samba de sucesso, ´Pelo Telefone´ (de Ernesto dos Santos, o Donga), gravado no final de 1916 já retratava nossa história, por nascer de uma denúncia. A música fala de um delegado que ameaça os negros que, caso continuem com sua festa, irá mandar prender todo mundo", conta a professora.

Segundo Dóris, a descontração da música ajuda a trabalhar os problemas raciais presentes nas escolas. "Os resultados do nosso projeto têm sido muito positivos, pois os alunos negros melhoram sua auto-estima e, assim, fortalecem a sua identidade".

Apresentação
O projeto Cantando a História do Samba nasceu há cinco anos, com a finalidade de combater a discriminação racial através da educação e da informação. Por enquanto, tem sido aplicado em escolas públicas das cidades mineiras de Corinto, Santo Hipólito, Nossa Senhora da Glória e Monjolos.

Os resultados serão apresentados na terça-feira, dia 16. "Vamos mostrar como trabalhamos com os alunos, o desenvolvimento do projeto, sua pesquisa, suas dificuldades e a recepção dos garotos", afirma Dóris.

Além de expor os resultados do projeto, o seminário traz também minicursos com Rosane Pires (sobre literatura afro-brasileira), Sidney d´Oxossi (culinária), Ney Lopes (música), Rafael Sanzio (geografia africana e afro-brasileira), entre outros.

Estudantes não conhecem Cartola
A idéia de apresentar a cultura negra através do samba surgiu há alguns anos, enquanto Dóris lecionava em uma escola da Pedreira Prado Lopes. "Quando convidei os garotos para um show de samba, eles acharam um absurdo. Cantei uma canção de Cartola, que depois eles me disseram nunca ter ouvido antes", conta.

Neste momento, ela percebeu que, ao mostrar às crianças as biografias dos grandes sambistas, poderia trabalhar a identidade.

"Ao perceber a riqueza das músicas e das pessoas, eles se enxergam no mesmo contexto. A imagem do negro na mídia melhorou muito. Mas mesmo assim, quando chegamos na sala de aula, percebemos que ainda é necessário fazer um grande trabalho", afirma.

Como o desinteresse é um problema geral na escola, em praticamente todas as disciplinas, o projeto acaba sendo um exemplo não apenas para a aplicação da lei 10.639, mas para o ensino de outros assuntos ligados à cultura. "Os alunos chegam na escola cansados, e a música ajuda a criar interesse", explica.

http://www.otempo.com.br/magazine/lerMateria/?idMateria=41329


CINTHYA OLIVEIRA

Fonte: Site Brasil Cultura

70 anos sem Chiquinha Gonzaga



Chiquinha Gonzaga


Primeira mulher a se destacar como compositora na história da música popular brasileira, começou a compor canções e valsas na adolescência. Teve uma vida atribulada, separando-se do marido e conquistando sua independência numa época em que isso causava escândalo na sociedade brasileira. Foi professora de piano e freqüentava rodas de choro, tocando em festas e bailes com outros chorões. Seu primeiro sucesso foi a polca "Atraente", de 1877. Fez também música para teatro, apesar da resistência que tinha de vencer por ser mulher. Atuou algumas vezes como maestrina, regendo orquestras e bandas. Politizada, participou ativamente das campanhas abolicionista e republicana na década de 1880. Nos primeiros anos do século XX viajou pela Europa apresentando suas músicas. Na volta ao Brasil musicou peças e compôs operetas. Seus maiores sucessos são a marcha carnavalesca "Ô Abre Alas", que compôs para o cordão Rosa de Ouro, e o tango estilizado "Gaúcho", também conhecido como "Corta-jaca", por ser esse o nome do estilo musical. Em 1999 a TV Globo produziu a minissérie "Chiquinha Gonzaga", de enorme êxito, sobre a vida da compositora, promovendo um boom de regravações, lançamentos de discos e biografias.


Fonte: site Brasil Cultura.

foto: Abre Alas, Chiquinha Gonzaga

quinta-feira, 19 de julho de 2007

A árvore dos Mamulengos

*Vital Santos

CIA CLÃ DE NÓS
VENCEDORES DO FESTIVAL DE TEATRO DA CIDADE DO RIO DE JANEIRO
“A árvore dos Mamulengos” de Vital Santos

Teatro Princesa Isabel
Av. Princesa Isabel,186 – Copacabana
Quartas e quintas às 20h / de 11/07 a 02/08
Inteira: R$ 20,00
Meia: R$ 10,00

* Vital Santos iniciou sua carreira na cidade de Caruaru, Pernambuco e foi um dos fundadores do Grupo Evolução. Em 1967, escreveu sua primeira peça: "Feira de Caruaru". Com a peça "Rua do Lixo 24", escrita em 1968, ganhou cinco prêmios no Festival Nacional de Teatro (realizado em 1969) e percorreu o Brasil inteiro. Com a peça "O Auto das Sete Luas de Barro" (uma biografia do ceramista Mestre Vitalino) ganhou vários prêmios, entre os quais o Prêmio Molière; Mambembe; da Associação dos Críticos de Arte de São Paulo e o Prêmio Governador do Estado do Rio de Janeiro. Outra peça ganhadora de vários festivais nacionais de teatro foi "O Sol Feriu a Terra e a Chaga se Alastrou".
O público carioca terá até o início de agosto uma ótima oportunidade de conhecer um pouco mais sobre esta cultura e enaltecer as raízes da cultura popular brasileira. Imperdível, assistam!!!!
Michele Rangel

segunda-feira, 16 de julho de 2007

Agenda Samba Choro


Para quem é fã de samba e de chorinho, um site superbacana.


www.samba-choro.com.br

quarta-feira, 11 de julho de 2007

As cordas mágicas de Cristina Braga...



O “CORTEJO” DE Cristina Braga NA TIJUCA

Sobe ao palco do Centro Municipal de Referência da Música Carioca uma das harpistas mais importantes do país, Cristina Braga.

Depois de quase duas décadas sem tocar na Tijuca, bairro onde nasceu e ainda vive, a 1ª harpista do Theatro Municipal do Rio de Janeiro, Cristina Braga, apresenta no próximo dia 13 de julho, às 18h30, e 14 de julho, às 17h no Centro Municipal de Referência da Música Carioca, o show de lançamento de seu último CD Cortejo.

Produzido e arranjado por Ricardo Medeiros, o repertório é um verdadeiro potpourri verde-amarelo, em que jongo, maculelê, folia de reis e ritmos brasileiros se harmonizam ao mais clássico dos instrumentos, a harpa.

Uma das gratas surpresas do « Cortejo » é a revelação da voz suave de Cristina, além de canções como uma modinha do século XIX, « Nhapopé » (o pardal ou aquele que voa em linha reta, em tupi guarani), “Cantilena” (canção dos negros do recôncavo baiano recolhida por Villa-Lobos), o maravilhoso samba de Luis Vieira “Prelúdio pra Ninar Gente Grande” com inesperada roupagem de acalanto, e duas pérolas da bossa-nova-canção: “O que tinha de ser” de Vinícius e Tom, e “Apelo” de Vinícius e Baden. O delicioso refrão de sabores brasileiros, como doce de maracujá, leite, manteiga e farinha de « O Beijo » sela a triparceria de Ricardo, Maria Teresa e Cristina. “Quaresma”, um samba-bossa lento, evoca o período que a nossa mata atlântica se colore de roxo e rosa, e “Nós Dois” fala do amor maduro, dos fios brancos que tecem o amor em paz, com uma linha melódica próxima da bossa. A alegre « Sol com Chuva » remete ao antigo ditado infantil, "sol com chuva casamento de viúva".

Brasil também tem forma de harpa Cristina Braga poderia limitar-se a cadências e concertos esperados de quem é a 1ª harpista do Theatro Municipal do Rio de Janeiro e toca harpa de concerto. Porém, sua profunda apreciação pela música brasileira e pela música de sua cidade propiciou que seguisse um caminho próprio e pioneiro para uma harpista no Brasil.
Foi ela a primeira a gravar um disco de samba em que a harpa faz toda a base harmônica, a improvisar uma linguagem brasileira, buscar efeitos brasileiros em seu instrumento, a sair dos palcos clássicos para tocar shows inteiros com os ícones da música, Ângela Maria, Peri Ribeiro, Moreira da Silva, a utilizar uma harpa elétrica nos palcos nacionais junto aos Titãs, Lenine e Ana Carolina.



Grupos e instrumentistas que participam do espetáculo:
Ricardo Medeiros (violão e contrabaixos)
Joca Moraes (bateria de bambu)


SERVIÇO:
Centro Municipal de Referência da Música Carioca
Rua Conde de Bonfim, 824 – Tijuca
Ingresso : R$20,00 / R$10,00 (estudante e idosos)
Para quem ainda não conhece o Centro de Referência da Música Carioca esta será uma boa oportunidade...Um lugar estéticamente lindo, que respira cultura e música e um show de uma artista que eu só tenho que tirar o chapéu! Agradeço a Ana Cristina pela dica!!! Imperdível!
Michele Rangel

segunda-feira, 9 de julho de 2007


O CENTRO CULTURAL CARTOLA
A comunidade da Mangueira tem como traço característico a união e o senso de pertencimento provocado pela arte, pelo samba e pela Escola de Samba ali instalada. A constatação de que a nova geração não tinha conhecimento da história de sua comunidade e o baixo índice de jovens empenhados em operar mudança no caminho a eles historicamente reservado, motivou a criação de uma instituição voltada para despertar nesses indivíduos o sentido de pertencimento, identidade e o resgate da memória afetiva.

A rede de relações estabelecida pela grande líder DONA ZICA e seus netos Nilcemar e Pedro Paulo Nogueira, composta de professores, artistas, estudantes e pesquisadores possibilitou em 2001, a fundação do Centro Cultural Cartola. Inicialmente funcionando em espaço cedido pela FAETEC, em convênio com o Governo do Estado do Rio de Janeiro. Desde 2003 o Centro Cultural Cartola ocupa uma área de sete mil metros quadrados, em prédio desativado do IBGE, cedido pelo Ministério da Cultura, localizado Rua Visconde de Niterói, na Mangueira.

A iniciativa propõe o resgate de hábitos e costumes da cultura afro-brasileira, a valorização da troca de experiência entre gerações num contato direto entre griô e aprendizes, por meio do Projeto GERações, estimulando-os a participarem ativamente da “Roda dos Saberes”, em oposição às pressões externas de globalização e a falta de auto-estima e de pesquisa.

A base deste empreendimento é a vasta obra de Angenor de Oliveira, o Cartola, cuja importância para a música popular brasileira é reconhecida. A escolha de Cartola como patrono da instituição se justifica pela sua importância no mundo musical, complementada por sua luta, superação de dificuldades, exemplo de inserção ativa do indivíduo na sociedade por meio da produção cultural. Assim, além da criação de espaços destinados à exposição e à divulgação da produção cultural de Cartola, o Centro Cultural, atualmente reconhecido como Ponto de Cultura, pelo Ministério da Cultura, se dedica à educação musical e artística de crianças, jovens, adultos e idosos em projetos sociais de grande abrangência. Tem como objetivo a promoção e desenvolvimento da cidadania por meio das artes, motivando os crianças, jovens e adultos do Morro da Mangueira e adjacências, no município do Rio de Janeiro, a identificar valores culturais da comunidade a que pertencem, oferecendo gratuitamente oficinas de teatro, dança, música, poesia e eventos sócio-educativos como: a realização de rodas de leitura, coleta de Depoimentos, mostras de vídeo com debates, shows e palestras. Possui uma Biblioteca Comunitária com o apoio da faculdade de biblioteconomia da UNIRIO.

Os benefícios que a iniciativa proporciona para a comunidade é antes de tudo a valorização de uma identidade, a formação de cidadãos melhor preparados e fortalecidos, com melhores condições de competitividade no mercado e integração social. O trabalho de preservação e difusão das nossas tradições leva a proteção das mesmas, evitando a descaracterização.

E o resultado do trabalho desenvolvido pode ser apreciado por outros segmentos da sociedade, podendo ainda gerar recursos e divisas, considerando que a nossa “matéria prima” é o samba e por meio dele trabalhamos a nossa identidade e sua importância como patrimônio cultural brasileiro.

ps: Amigos recebi este texto do meu amigo Thiara e estou repassando por aqui, uma vez que acredito que todos devam conhecer este lugar e este nobre trabalho. Em breve, escreverei mais sobre o Centro, o Cartola, o samba e um pouco do que isso representa na vida cultural do Rio de Janeiro e na minha vida.
Michele Rangel

quinta-feira, 5 de julho de 2007

Tarsila, Arte Genuínamente Brasileira


Tarsila do Amaral nasceu em 1º de setembro de 1886 na Fazenda São Bernardo, município de Capivari, interior do Estado de São Paulo. Filha de José Estanislau do Amaral e Lydia Dias de Aguiar do Amaral. Era neta de José Estanislau do Amaral, cognominado “o milionário” em razão da imensa fortuna que acumulou abrindo fazendas no interior de São Paulo. Seu pai herdou apreciável fortuna e diversas fazendas nas quais Tarsila passou a infância e adolescência.Estuda em São Paulo no Colégio Sion e completa seus estudos em Barcelona, na Espanha, onde pinta seu primeiro quadro, “Sagrado Coração de Jesus”, aos 16 anos. Casa-se em 1906 com André Teixeira Pinto com quem teve sua única filha, Dulce. Separa-se dele e começa a estudar escultura em 1916 com Zadig e Mantovani em São Paulo. Posteriormente estuda desenho e pintura com Pedro Alexandrino. Em 1920 embarca para a Europa objetivando ingressar na Académie Julian em Paris. Frequenta também o ateliê de Émile Renard. Em 1922 tem uma tela sua admitida no Salão Oficial dos Artistas Franceses. Nesse mesmo ano regressa ao Brasil e se integra com os intelectuais do grupo modernista. Faz parte do “grupo dos cinco” juntamente com Anita Malfatti, Oswald de Andrade, Mário de Andrade e Menotti del Picchia. Nessa época começa seu namoro com o escritor Oswald de Andrade. Embora não tenha sido participante da “Semana de 22” integra-se ao Modernismo que surgia no Brasil, visto que na Europa estava fazendo estudos acadêmicos.Volta à Europa em 1923 e tem contato com os modernistas que lá se encontravam: intelectuais, pintores, músicos e poetas. Estuda com Albert Gleizes e Fernand Léger, grandes mestres cubistas. Mantém estreita amizade com Blaise Cendrars, poeta franco-suiço que visita o Brasil em 1924. Inicia sua pintura “pau-brasil” dotada de cores e temas acentuadamente brasileiros. Em 1926 expõe em Paris, obtendo grande sucesso. Casa-se no mesmo com Oswald de Andrade. Em 1928 pinta o “Abaporu” para dar de presente de aniversário a Oswald que se empolga com a tela e cria o Movimento Antropofágico. É deste período a fase antropofágica da sua pintura. Em 1929 expõe individualmente pela primeira vez no Brasil. Separa-se de Oswald em 1930.Em 1933 pinta o quadro “Operários” e dá início à pintura social no Brasil. No ano seguinte participa do I Salão Paulista de Belas Artes. Passa a viver com o escritor Luís Martins por quase vinte anos, de meados dos anos 30 a meados dos anos 50. De 1936 à 1952, trabalha como colunista nos Diários Associados.Nos anos 50 volta ao tema “pau brasil”. Participa em 1951 da I Bienal de São Paulo. Em 1963 tem sala especial na VII Bienal de São Paulo e no ano seguinte participação especial na XXXII Bienal de Veneza. Faleceu em São Paulo no dia 17 de janeiro de 1973.


Imagem: Morro da Favela, 1924, óleo sobre tela

terça-feira, 26 de junho de 2007

Paraty é cultura,literatura e charme num só lugar



Cidade histórica é palco do maior encontro literário do país no mês de julho.
Envolta pelo mar azul turquesa da baía da Ilha Grande e pelo verde da Mata Atlântica, Paraty é uma cidade mágica, repleta de história e beleza. Lugar que no passado foi “o caminho do ouro, hoje pode ser conhecida como o “caminho das artes”. Com uma arquitetura colonial, o centro histórico possui coloridas casas que enchem de charme a cidade que é palco de muitos encontros culturais.
A FLIP, Festa Literária Internacional de Parati, é o evento mais procurado da cidade e atualmente é conhecida mundialmente. Existe todo um cuidado para receber pessoas de todo canto e proporcionar um clima caloroso; pousadas e restaurantes já começam a ser procurados meses antes do evento. É uma atmosfera que a cada ano vem se consolidando fazendo com que o turismo na cidade cresça ainda mais.
Já passearam por suas famosas ruas de pedra alguns dos grandes nomes da literatura mundial, como: Salman Rushdie, Ian McEwan, Martin Amis, Margaret Atwood, Paul Auster, Anthony Bourdain, Jonathan Coe, Jeffrey Eugenides e outros. Dos brasileiros, já passaram por lá, Ariano Suassuna, Ana Maria Machado, Milton Hatoum, Millôr Fernandes, Ruy Castro, Ferreira Gullar, Luis Fernando Verissimo, Zuenir Ventura,Lygia Fagundeseoutros. O evento a cada ano homenageia um expoente brasileiro. O poeta e compositor Vinicius de Moraes foi o escolhido para 2003; o escritor João Guimarães Rosa foi o homenageado no ano seguinte. Em 2005, foi a vez da romancista Clarice Lispector; em 2006, a FLIP prestou homenagem ao escritor baiano Jorge Amado. Este ano será a vez de NelsonRodrigues. Mas não é só de literatura que a festa vive, a música brasileira também é prestigiada uma vez que, não há como negar que é uma de nossas maiores riquezas culturais. E neste quesito a festa passa a ser uma atração dentro da outra, pois já abriram a FLIP shows de Chico Buarque, Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mônica Salmaso, Adriana Calcanhoto e José Miguel Wisnik. Este ano as boas-vindas ficarão por conta da Orquestra Imperial e João Donato.
Na Tenda dos Autores acontecem os eventos principais, contudo, paralelamente outros encontros se dão. Há uma oficina literária, destinada a jovens aspirantes a escritor que é realizada por grandes autores brasileiros. E as crianças também têm seu espaço na “Flipinha” em que jovens estudantes de Parati apresentam o resultado de seus trabalhos inspirados no universo literário e participam de palestras com autores convidados. Parati é uma cidade que está ali, a quatro horas do Rio de Janeiro e São Paulo, mas que possui um quê de cidade do mundo. É aquele lugar que está na lista das cidades que devem ser conhecidas por todos. Naturalmente linda, com uma arquitetura que mereceu seu tombamento e que respira cultura e arte. Portanto, façam as suas malas que a FLIP deste ano acontecerá de 04 a 08 de julho.
Para além da festa, fique mais e visite a costa de Paraty com suas ilhas e belas praias, montanhas que são um convite às trilhas ecológicas, o mágico teatro de bonecos, variedade de restaurantes especializados em frutos do mar e a autêntica pinga brasileira. Esta que já esteve em versos e prosas, como por exemplo, Carmem Miranda que cantou:
“Vestiu uma camisa listrada e saiu por ai em vez de tomar chá com torrada bebeu Paraty”
Como chegar: Paraty está localizada no estado do Rio de Janeiro a 236 Km da cidade do Rio e a 330 Km de São Paulo. A cidade possui uma pista de pouso apenas para helicópteros e aviões de pequeno porte. Cidade histórica é palco do maior encontro literário do país no mês de julho.
Envolta pelo mar azul turquesa da baía da Ilha Grande e pelo verde da Mata Atlântica, Paraty é uma cidade mágica, repleta de história e beleza. Lugar que no passado foi “o caminho do ouro, hoje pode ser conhecida como o “caminho das artes”. Com uma arquitetura colonial, o centro histórico possui coloridas casas que enchem de charme a cidade que é palco de muitos encontros culturais.
A FLIP, Festa Literária Internacional de Parati, é o evento mais procurado da cidade e atualmente é conhecida mundialmente. Existe todo um cuidado para receber pessoas de todo canto e proporcionar um clima caloroso; pousadas e restaurantes já começam a ser procurados meses antes do evento. É uma atmosfera que a cada ano vem se consolidando fazendo com que o turismo na cidade cresça ainda mais.
Já passearam por suas famosas ruas de pedra alguns dos grandes nomes da literatura mundial, como: Salman Rushdie, Ian McEwan, Martin Amis, Margaret Atwood, Paul Auster, Anthony Bourdain, Jonathan Coe, Jeffrey Eugenides e outros. Dos brasileiros, já passaram por lá, Ariano Suassuna, Ana Maria Machado, Milton Hatoum, Millôr Fernandes, Ruy Castro, Ferreira Gullar, Luis Fernando Verissimo, Zuenir Ventura,Lygia Fagundeseoutros. O evento a cada ano homenageia um expoente brasileiro. O poeta e compositor Vinicius de Moraes foi o escolhido para 2003; o escritor João Guimarães Rosa foi o homenageado no ano seguinte. Em 2005, foi a vez da romancista Clarice Lispector; em 2006, a FLIP prestou homenagem ao escritor baiano Jorge Amado. Este ano será a vez de NelsonRodrigues. Mas não é só de literatura que a festa vive, a música brasileira também é prestigiada uma vez que, não há como negar que é uma de nossas maiores riquezas culturais. E neste quesito a festa passa a ser uma atração dentro da outra, pois já abriram a FLIP shows de Chico Buarque, Paulinho da Viola, Gilberto Gil, Caetano Veloso, Mônica Salmaso, Adriana Calcanhoto e José Miguel Wisnik. Este ano as boas-vindas ficarão por conta da Orquestra Imperial e João Donato.
Na Tenda dos Autores acontecem os eventos principais, contudo, paralelamente outros encontros se dão. Há uma oficina literária, destinada a jovens aspirantes a escritor que é realizada por grandes autores brasileiros. E as crianças também têm seu espaço na “Flipinha” em que jovens estudantes de Parati apresentam o resultado de seus trabalhos inspirados no universo literário e participam de palestras com autores convidados. Parati é uma cidade que está ali, a quatro horas do Rio de Janeiro e São Paulo, mas que possui um quê de cidade do mundo. É aquele lugar que está na lista das cidades que devem ser conhecidas por todos. Naturalmente linda, com uma arquitetura que mereceu seu tombamento e que respira cultura e arte. Portanto, façam as suas malas que a FLIP deste ano acontecerá de 04 a 08 de julho.
Para além da festa, fique mais e visite a costa de Paraty com suas ilhas e belas praias, montanhas que são um convite às trilhas ecológicas, o mágico teatro de bonecos, variedade de restaurantes especializados em frutos do mar e a autêntica pinga brasileira. Esta que já esteve em versos e prosas, como por exemplo, Carmem Miranda que cantou:
“Vestiu uma camisa listrada e saiu por ai em vez de tomar chá com torrada bebeu Paraty”
Como chegar: Paraty está localizada no estado do Rio de Janeiro a 236 Km da cidade do Rio e a 330 Km de São Paulo. A cidade possui uma pista de pouso apenas para helicópteros e aviões de pequeno porte.
Michele Rangel

sexta-feira, 15 de junho de 2007


Não sabe brincar, sai da brincadeira!

O Centro Cultural do Banco do Brasil está com uma exposição denominada “Auto-retrato falado, o outro a partir de si próprio”. O visitante entra em cabines e pode fazer seu auto-retrato através de um programa que é utilizado pela polícia para construção do auto-retrato. Uma experiência lúdica que nos remete a reflexões mais profundas sobre a construção de nossa identidade nos dias de hoje. Será que sabemos quem somos?
É no mínimo intrigante a maneira como nos apresentamos aos demais. Existe sempre um constrangimento quando se vai conhecer alguém, por que brigamos com o que somos e com o que precisamos passar. Construímos imagens externas a nossa vontade, sempre interiorizando aqui e ali o que achamos que devíamos ser, devido a isso, esse quebra-cabeça sempre chega ao fim faltando uma peça, uma vez que, a nossa imagem transita entre o real e o ilusório.
Bom, pelo que percebo as pessoas começam mais ou menos assim: Início da brincadeira de ser “aceito”
- Meu nome é fulana de tal, tenho X anos, sou H, com especialização em Z fiz pós-graduação na Y, cursos no exterior e falo tantos idiomas - e aí vem uma falsa sensação de alívio - podendo ser qualquer a profissão, contudo mencionar as especializações é imprescindível e faz parte do regulamento. Como hoje o natural é competir sem muita ética, o jogo vai seguindo.....
Contudo num determinado momento as peças não começam a se encaixar, e ela sabe disso, mas continua a jogar, entretanto agora tentando se convencer - como se estivesse se auto-apresentando. Reafirmando estar no caminho certo a encenação continua...
- Na foto três por quatro ao lado, arrumei bem meus cabelos, esbocei um sorriso com um leve ar de seriedade e ergui ao máximo meu queixo para mostrar que estou de bem com a vida. Conteúdo e registro fotográfico encaixam-se perfeitamente no quesito da mulher bem sucedida! ( Alívio mesclado de confusão!)
E a ânsia pela vitória faz com que ela nem perceba que dela ali não existe mais quase nada. Imagino como esse jogo chegou ao fim. Me questiono se no fundo tal pessoa não preferia se apresentar de outra forma, ou pelo menos que nas entrelinhas essa fosse a realmente notada :
- Me chamo fulana de tal, nome que homenageia minha avó - para mim, motivo de orgulho; sou uma boa amiga, gosto de estar com pessoas, tenho lá minhas carências, as quais compenso de diversas formas, gosto de receber elogios, tenho objetivos, porém, algumas dúvidas e anseios. A foto ao lado diz muito pouco do ser humano retratado, afinal, entre a reprodução e realidade, há uma simulação apenas, um limite frágil e complexo demais.
Essa forma interior de resposta é bem mais difícil à medida que ela nos remete a quem realmente somos e não ao que desejamos mostrar. Por isso, que o jogo sempre fica incompleto e se perde ainda mais quando procuramos que os outros preencham as lacunas que nós deveríamos, porém não conseguimos mais.
Numa sociedade de aparências só falamos o que é superficial e passível de provas documentais, todavia a construção de nossa auto-imagem pode estar sobre areia movediça.
Alguns conseguem enxergar, mas porque não a maioria? A uniformização predatória dos valores e das formas existentes de ver o mundo baseadas em um materialismo exagerado não nos permite um olhar interior.
A sensibilidade é a maior carência do mundo de hoje e a peça que está faltando para completar esse quebra – cabeça. Assustam-me aqueles que se contentam apenas com aquilo que está fora e ainda persistem nesse jogo. Mas para quem sabe brincar, vale uma visita a exposição para encarar este jogo, talvez você possa conhecer facetas ainda desconhecidas da sua pessoa e possa refletir sobre a forma como passará isso ao mundo!
Centro Cultural do Banco do Brasil
Rua Primeiro de março, 66
Centro – Rio de Janeiro - RJ
Exposição de 29 de maio a 08 de julho de 2007.Terça a domingo, das 10h às 21h.

Michele Rangel





terça-feira, 12 de junho de 2007

A escada da fama de Jorge Selarón


O artista plástico chileno Jorge Selarón faz história no centro do Rio. O pintor auto didata já vive há quinze anos no bairro da Lapa onde conquista moradores, turistas e curiosos com a originalidade de seu trabalho.
Selarón revestiu a escadaria para o convento de Santa Teresa, na Rua Joaquim da Silva, um dos acessos da Lapa para o bairro de Santa Teresa. A escada possui duzentos e quinze degraus com dezesete lances. Cada degrau foi feito cuidadosamente para formar um mosaico de cerâmica nas cores verde, azul e amarelo - uma homenagem que ele diz fazer ao povo brasileiro.
A escadaria começou a ser feita em 1990 e ainda não terminou. Essa é segundo Selarón uma "obra mutante"- "Sempre que consigo azulejos antigos mais bonitos e sofisticados troco para que o visual da escada fique em constante mudança".
Os azulejos são encomendados da França, Alemanha, Holanda, Russia, Itália, Marrocos e mais de outros diversos países. A intenção é de que a escada se assemelhe a um "mosaico bizantino" mesclando assim, pouco da cultura do ocidente e do oriente, num pano de fundo bem brasileiro.
Selarón revelou que a idéia de revestir a escada surgiu ao terminar no pé desta um jardim de banheiras também realizada com azulejos. Além destas obras, o artista possui quadros espalhados por quase todos os restaurantes da redondeza.
A escadaria se transformou em ponto atrativo na Lapa. Existem guias turísticos que já a incluiram no seu roteiro. Como a guia turística de 29 anos, Cristina Castello Branco, que leva constantemente grupos para visitarem a escada. Ela revela que a obra disperta curiosidade dos estrangeiros que não só encontram alguma marca de seu país de origem como conhecem um pouco dos outros e se sentem respeitados . Além do mais, o artista está quase sempre por perto mostrando com orgulho suas mais recentes modificações.
Há mais de trinta anos fora de seu país, já pintou mais de quinze mil quadros em mais de cento e cinquenta exposições individuais. Saindo de Valparaíso, no Chile, ele esteve em mais de trinta países num compromisso pessoal de espalhar cultura e arte.
Sua pintura se caracteriza pelo uso expressivo dos tons marrom, preto e vermelho com tracos fortes e bem definidos. E existe uma personagem misteriosa que desde 1977 passou a integrar seus quadros. Trata-se de uma mulata grávida, mas o motivo de sua presença constante o artista não revela, apenas diz ser algo relacionado a seu passado.
Ultimamente Jorge Selarón começou a revestir painéis atrás dos Arcos da Lapa, espalhando sua marca pelo bairro. Em geral os moradores apreciam seu trabalho, pois valoriza a atrai turistas para a região. Por outro lado, há quem já considere que ele vêm exagerando na dose. Como o produtor André teixeira, que acredita que a escada contribui positivamente e leva arte para o bairro, mas que esse mesmo trabalho está repetitivo e que os últimos painéis já não são mais tão originais.
De qualquer forma, o artista é conhecido pelos meninos de rua, donos de restaurantes e butiquins, músicos da região, guias turísticos, entre outros. Possui um jeito simples, grande carisma, vive a boemia da Lapa e contrói a cada dia sua história nesse lugar. De acordo com Selarón, o Rio de janeiro e principalmente a Lapa são sua verdadeira casa e seus vizinhos formam a sua família brasileira.
Jorge selarón já viveu dois anos e meio na Europa, dois anos na cidade do México, um em Nova Iorque , mais um ano na Índia e sete anos no Panamá , mas elegeu o Brasil como seu porto seguro. O artista mora em uma casa simples em Santa Teresa, casou-se com uma brasileira e não pretende sair mais do Rio.
Sua história se confunde com a história da Lapa. E ele pretende continuar seu trabalho homenagiando o bairro e o povo do país como um todo. O artista plástico faz uma campanha onde pede para quem tiver azulejos interessantes e raros que o procurem. Dessa forma, ele pretende mudar sempre a cara do bairro através de sua arte, em constante mutação. O seu atelier fica na Escadaria do convento, 24. Vale a pena uma visita.
Michele Rangel





Falando do Conceito de Cultura



"Tudo é cultura?

Sim e não, dependendo de usarmos o conceito amplo de cultura ou o conceito restrito. Considerando, em primeiro lugar, o conceito amplo ou antropológico, cultura é o modo como indivíduos ou comunidades respondem às suas próprias necessidades e desejos simbólicos. O ser humano, ao contrário dos animais, não vive de acordo com seus instintos, isto é, regido por leis biológicas, invariáveis para toda a espécie, mas a partir da sua capacidade de pensar a realidade que o circunda e de construir significados para a natureza, que vão além daqueles percebidos imediatamente. A essa construção simbólica, que vai guiar toda ação humana, dá-se o nome de cultura. A cultura, nesse sentido amplo, engloba a língua que falamos, as idéias de um grupo, as crenças, os costumes, os códigos, as instituições, as ferramentas, a arte, a religião, a ciência, enfim, toda as esferas da atividade humana. Mesmo as atividades básicas de qualquer espécie, como a reprodução e a alimentação, são realizadas de acordo com regras, usos e costumes de cada cultura particular. Os rituais de namoro e casamento, os usos referentes à alimentação (o que se come, como se come), o preparo dos alimentos, o tipo de roupa que vestimos, a língua que falamos, as palavras de nosso vocabulário, tudo isso é regulado pela cultura à qual pertencemos. A função da cultura é tornar a vida segura e contínua para a sociedade humana. Ela é o "cimento" que dá unidade a um certo grupo de pessoas que divide os mesmos usos e costumes, os mesmos valores. Deste ponto de vista, portanto, podemos dizer que tudo o que faz parte do mundo humano é cultura. "
Profa. Dra. Maria Helena Pires Martins

Imagem: Obra "Operários" (1933), de Tarsila do Amaral
Esse texto na íntegra está no site Brasil Cultura e vale a pena ser lido para os que apreciam esse tema tão encantador, pois é muito elucidativo e interessante.
Boa Leitura!
Kátia Barros

segunda-feira, 11 de junho de 2007

Aruanda

Trecho retirado do site do Grupo Aruanda de Danças Folclóricas. Estaremos nos aprofundando nas pesquisas nos próximos posts, mas através do texto abaixo podemos ter uma idéia da beleza das nossas danças, festas e manifestações culturais e da diversidade e complexidade de nossa cultura.
Abraços,
Kátia Barros


DANÇAS BRASILEIRAS


As manifestações populares tradicionais, representadas através das danças e músicas folclóricas, são mantidas pela tradição e transformadas pela dinâmica cultural. Através de sua pluralidade cultural representam a fé, a religião, a vida cotidiana, as diferenças étnicas, a relação do sagrado-profano e acima de tudo, a identidade cultural do povo no qual está inserida.
No Brasil, a diversidade cultural extrapola fronteiras geográficas, desta forma uma mesma manifestação pode ser encontrada em diversas regiões brasileiras, (ex.: a Festa do Boi; a dança lundu; a devoção de São Gonçalo; os grupos de Congado; a dança Cana Verde; a Cavalhada entre várias outras) porém, podem ser representadas em diferentes épocas do ano com variações locais quanto as suas expressões coreográficas, rítmicas e funcionalidade; ou seja, as razões culturais que contribuíram para que se tornassem tradicionais e ainda praticadas pela comunidade em questão.
Fonte: Site do Grupo Aruanda de Dança, excelente por sinal.

sexta-feira, 8 de junho de 2007

Cartola nosso mestre

Trailer do Documentário, Cartola, Música para os Olhos, em homenagem aos 100 anos de nascimento desse mestre do Samba

O Tambor e as Crioulas

quinta-feira, 7 de junho de 2007

Danças - O Tambor de Crioula

Tambor da Crioula é uma das danças afro-brasileiras mais recorrentes no Maranhão, sendo caracterizada pela presença da umbigada, que recebe o nome de “punga”. Desenvolvida apenas por mulheres em formação circular, a coreografia é executada de forma individual e consta de sapateios e requebros voluptuosos, com todo o corpo, terminando com a “punga”, batida no abdômen de outro participante da roda. A punga é uma forma de convite para que outra dançarina assuma a evolução no centro da roda.
Os cantos são repetitivos, à semelhança de estribilho.

O ritmo é executado em três tambores feitos de tronco, escavados a fogo. O tambor grande é chamado Socador ou Roncador (faz a marcação para a punga); o médio, o Meão (responsável pelo ritmo); o pequeno, Pererenga ou Pirerê (faz o repicado).

SÓ NO MARANHÃO...

Na Terra das Palmeiras buritis, carnaúbas e babaçus, é o reduto da maior miscigenação de raças de todo o país. Com o plantio do algodão os negros chegaram a essa região e, posteriormente, formaram o primeiro quilombo da região, o Quilombo de Frechal. Com eles, chegou também, toda sua tradição mítico-religiosa que, associou-se aos traços culturais dos indígenas e dos europeus. Tais aglutinamentos unidos recriaram uma nova cultura que está identificada em cada passo das danças, das rezas e das festas dessa região.

O tambor de crioula é uma dança de rara beleza, com muitas referências nos cultos afro-brasileiros. Para maiores informações visite o site http://www.rosanevolpatto.trd.br/dancatamborcrioula.htm , muito interessante para quem gosta e pesquisa esse tema.

Acima um vídeo da Dança.

Kátia Barros

Festas - A Folia de Reis


A Folia de Reis é uma festa religiosa de origem portuguesa, que chegou ao Brasil no século XVIII. Em Portugal, em meados do século XVII, tinha a principal finalidade de divertir o povo, enquanto aqui no Brasil passou a ter um caráter mais religioso do que de diversão. No período de 24 de dezembro, véspera de Natal, a 6 de janeiro, Dia de Reis, um grupo de cantadores e instrumentistas percorre a cidade entoando versos relativos à visita dos reis magos ao Menino Jesus. Passam de porta em porta em busca de oferendas, que podem variar de um prato de comida a uma simples xícara de café. A Folia de Reis, herdada dos colonizadores portugueses e desenvolvida aqui com características próprias, é manifestação de rara beleza.Os preciosos versos são preservados de geração em geração por tradição oral.

INSTRUMENTOS:Os instrumentos utilizados são:viola, violão, sanfona, reco-reco, chocalho, cavaquinho, triângulo, pandeiro e outros instrumentos.

PERSONAGENS: Os personagens somam doze pessoas, todos os integrantes do grupo, trajam roupas bastante coloridas.sendo eles: mestre,contra-mestre,3 Reis Magos,palhaço,foliões.

1.O Mestre e Contra-mestre: dono de conhecimentos sobre a manifestação, é quem comanda os foliões.

2.O Palhaço: com seu jeito cínico e dissimulado, deve proteger o Menino Jesus, confundindo os soldados de Herodes. O seu jeito alegre e suas vestimentas coloridas são responsáveis pela distração e divertimento de quem assiste à performance.Representando o mal,usa geralmente máscara confeccionada com pele de animal e vai sempre afastado um pouco da formação normal da Folia, nunca adiantando-se à "bandeira". Apesar de seu simbolismo é personagem alegre que dança e improvisa versos, criando momentos de grande descontração.

3.Os Foliões :Composta de homens simples, geralmente de origem rural, são os participantes da festa, dão exemplo grandioso através de sua cantoria de fé.

4.Reis Magos: São 3 Reis Magos,fazem viagem de esperança, certos de encontrarem sua estrela.

A FESTA: Até há pouco, podia-se ouvir ao longe ou, com sorte, encontrar, vindo de bairro distante,um grupo especial de músicos e cantadores trajando fardamento colorido, entoando versos que anunciam o nascimento do menino Jesus e homenageiam os Reis Magos. Trata-se, naturalmente, da Folia de Reis que no período de 24 de dezembro a 6 de janeiro, dia de Reis, peregrina por ruas à procura de acolhida ou em direção a algum presépio. Com sanfona, reco-reco, caixa, pandeiro, chocalho, violão e outros instrumentos seguem os foliões pela noite adentro em longas caminhadas, levam a "bandeira" ( estandarte de madeira ornado com motivos religiosos ) a qual tributam especial respeito. Vão liderados por mestre e contra-mestre, figuras de relevância dentro da Folia por conhecerem os versos - São os puxadores do canto.ex:
Ó di casa, ó di fora/Qui hora tão excelente/É o glorioso santo Reis/Que é vem do oriente/Ó de casa, ó de casa/Alegra esse moradô/Que o glorioso santo Reis/Na sua porta chegô/Aqui está santo Reis
Meia-noite foras dóra/Procurou vossa morada/Pedino sua ismola/Santo Reis e Nossa Senhora/Foi passeá em Belém/São José pediu esmola/Santo Reis pede também.

Os foliões cumprem promessa de por sete anos consecutivos saírem com a Folia e arrecadam em suas andanças donativos para realizarem anualmente no dia 20 de janeiro, dia de São Sebastião, festa com cantorias e ladainhas. Durante a caminhada é carregada a "bandeira" do grupo, um estandarte de madeira enfeitado com motivos religiosos. O ponto alto da festa se dá quando dois grupos se encontram. Juntos, eles caminham em direção ao presépio da festa, o ponto final da caminhada.
Fonte: Site Cia de Danças Folclóricas Aruanda

O Arraiá Oficial do Rio

Pessoal,

Será realizado no Centro Cultural Luiz Gonzaga de Tradições Nordestinas um Mega São João com apresentação de quadrilhas de vários locais do Rio, bandas tradicionais nordestinas, barraquinhas com comidas típicas, concurso de quadrilhas, inclusive com a apresentação da maior quadrilha do planeta, a Sampaio, que existe há 51 anos, enfim tudo que está ligado à cultura nordestina estará por lá. O projeto está muito interessante e vale a pena dar uma conferida, pois os comerciantes da Feira estão trabalhando incansavelmente para realizar esta festa tão tradicional da melhor maneira possível.

Kátia Barros

terça-feira, 5 de junho de 2007

Ver o Rio de um outro ângulo


Foto : Riotur

C
om muito prazer recebi o convite para dividir esse democrático espaço com essas amigas boas da cabeça, e melhores ainda do pé.
Me chamo Jayme Rocha, 33 e jornalista, além de apaixonado por essa maravilhosa cidade. Bem, busco somar a time que já está ganhando, e interagindo com a graça das meninas, venho trazer dicas de programas culturais que façam muito bem à alma, sem que para isso necessariamente se maltrate o bolso.


Para início, que tal um passeio bem carioca e barato?!
Falo de Santa Teresa, ou "Santa" para os mais habitués, recanto da cidade que como outros tem sim, seus problemas é verdade, mas resiste heroicamente com seu charme e sua história.
Em Santa temos o "Parque das Ruínas", que administrado pela Prefeitura, reúne numa arquitetura surpreendente a perfeita união entre as ruínas de um casarão - com suas colunas em tijolos à mostra - à uma moderna estrutura moderna em aço, que eleva o visitante por suas escadas e mirantes, a deliciar-se com uma das mais belas vistas da cidade.
Não se paga nada pra usufruir desse espaço, tem um charmoso café no Térreo para aplacar um fome fora de hora - o atendente André, assim como a equipe são uma simpatia só - e pra azeitar mais ainda esse passeio, vá de bondinho, que sai do prédio da Petrobrás e custa incríveis R$0,60 a passagem e vamos ser francos, é uma delícia de se andar.

O Parque das Ruínas fica na Rua Murtinho Nobre, 169, Santa Teresa, Tel:2252-1039
e funciona de terça à domingo, das 10 às 20 horas.

Bem, vou ficando por aqui, desejando um bom passeio e ansioso pelo nosso próximo encontro. Até lá!

Jayme Rocha

Mulheres no Samba - Ana Costa

Mulheres no Samba
Falar de mulheres no samba é sempre muito interessante. É aquela voz doce e forte que marca qualquer roda de samba e faz a diferença., e assim é Ana Costa: uma cantora, instrumentista e compositora que vêm construindo há 15 anos uma carreira sólida, com muito carisma, simpatia e talento de sobra.
Das rodas de samba em Vila Isabel quando ela tocava num grupo só de mulheres ”O Roda” - onde participaram da gravação do CD Butiquim do Martinho (Sony) - até os dias de hoje, muitas coisas aconteceram em sua carreira. Sua pluralidade está presente em Meu Carnaval, seu primeiro CD solo, lançado em março de 2006 pela Zambo Discos, com produção de Bianca Calcagni.
Ana Costa foi eleita a revelação no 5º Prêmio Rival Petrobrás de Música. Participou do CD em homenagem a Mario Lago. Emplacou Olhos Felizes na programação da Radio MPB FM e também a musica Novos Alvos, parceria com Zélia Duncan e Mart´nália na voz de Paula Lima; além disso, foi considerada por Antonio Carlos Miguel como um dos talentos de 2006.
Este ano ela foi indicada como melhor cantora de samba e também melhor cantora no voto popular na 5ª edição do Prêmio Tim de Música. Com tudo isso, só podemos salvar a esta estrela que já brilha nesse seleto mundo que é o samba. Aos leitores do EPA um pouco sobre sua carreira e sua vida...

EPA Jornal – Com uma trajetória de 15 anos de carreira, como foi que você se descobriu uma cantora de samba?
Ana Costa: Primeiramente fui “atraída” para o samba através do Martinho da Vila e sua família. Ele produziu o Grupo Couer Sambá em que tinha como integrantes 2 de seus filhos. A partir daí comecei a trabalhar basicamente com samba como violonista e cantora.
EJ: Quais suas influências musicais?
AC:Minhas influências são muitas mas principalmente Martinho da Vila, Fundo de quintal, Candeia....a nossa madrinha Beth Carvalho e outros que não são exatamente do samba como Djavan, Marina Lima e as minhas parceiras Zélia Duncan e Martnalia .Tem uma galera nova que me identifico muito como a Fernanda Porto e a Paula Lima.
EJ: O samba vem atualmente aparecendo com muita força, vemos a revitalização da Lapa com muitas casas especializadas nesse ritmo, como você percebe este crescimento do samba no Rio de janeiro?
AC:Esse crescimento já acontece à um bom tempo, graças a Deus faço parte disso tudo! Percebo como um movimento natural já que o Rio de Janeiro como pólo cultural do Brasil já a um tempo vinha sofrendo com a falência de vários ambientes de música e entretenimento que geralmente estavam situados na Zona Sul. A Lapa sempre teve esse espírito da boemia incorporado nas suas ruas, vielas,esquinas, casarões (a maioria fechados, abandonados). Mas como tudo é cíclico o movimento voltou à Lapa primeiramente de uma forma bastante informal mas com verdade. Como eu acredito que tudo o que é verdadeiro perdura, essa verdade vigora até hoje levando milhares de pessoas semanalmente nesse novo velho bairro que é a Lapa com seus casarões reformados e oferecendo musica e serviço de qualidade.
EJ: Você já foi backing vocal de Martinho da Vila, Noca da Portela, Dorina, entre outros. Fale um pouco desta experiência?
AC:Foram experiências muito importantes pra mim principalmente pelo contato com a arte de cada um. Isso ajuda muito na hora de você formatar o teu próprio trabalho. Te traz experiência.
EJ: De que forma você procura inspiração para compor? Como é este processo?
AC:Inspiração no dia a dia, nas minhas andanças e experiências pessoais e também um pouco de fantasia somada a isso tudo!!
EJ: Que compositores você mais admira?
AC:Chico Buarque não vale...rs ,Paulo Cesar Pinheiro, Mauro Duarte alem do Arlindo Cruz, Sombrinha.. Gosto muito da dupla Marceu Veira e Tuninho Galante que fazem parte dessa nova “leva” de compositores e que eu tive a honra de gravar.
EJ:Você já dividiu palco com Beth Carvalho, Martinho da Vila, Jorge Aragão, Velha guarda da Portela, Leci Brandão, enfim, artistas de peso. Conte um pouco sobre isso e com quem ainda você gostaria de cantar.
AC:Sem dúvida foram grandes prazeres pra mim dividir o palco com esses ícones do samba. O que mais me encanta no samba é essa generosidade dos mais velhos com os mais novos. Atualmente quem faz a minha cabeça e que me dá o maior cartaz é o Arlindo Cruz. Todas as vezes que cantei com ele fiquei muito emocionada.E quando juntou Arlindo e Zélia Duncan??? Foi felicidade total.
EJ:Que show mais te marcou?
AC:Posso enumerar vários:Martinho da Vila com o Butiquim do Martinho no Tom Brasil, o show do meu grupo Roda de Saia com o João Nogueira como convidado no antigo Ballroom e mais recentemente o meu show no CCC que tinha como convidados a Zélia Duncan e o Arlindo Cruz.
EJ: Como surgiu o roda?
AC:O Roda surgiu numa época ingênua aonde todas éramos felizes tocando nos botequins dessa cidade. Um grupo que deu super certo!! Fizemos muitas coisas juntas e foi ali que realmente eu me lancei.
EJ:Vila Isabel sempre foi conhecida por ter muita roda de samba, como foi para você participar durante 11 anos de um grupo de apenas mulheres que tocavam samba?
AC:Vila Isabel hoje em dia vive muito em função da Escola de Samba. Os tempos são outros e naquela época as rodas de samba na rua eram muito comuns. Foi uma época de muito divertimento, muita alegria. Tenho grandes lembranças dessa época, do meu grupo, dos sonhos e anseios. Ali foi o começo de tudo pra mim. Vila Isabel é minha casa. E acredito que o Grupo O Roda foi de grande importância naquele contexto todo, fomos pioneiras.
EJ:Você foi eleita “cantora revelação”no 5º premio Rival Petrobrás BR, como foi esta experiência para você?
AC:Acho que a função de um prêmio é dar uma injeção de ânimo reafirmando e trazendo um certo reconhecimento a tudo aquilo que o artista sempre acreditou. Pra mim foi uma alegria só e com certeza me senti mais “animada” pra correr atrás do que acredito.
EJ:Fale um pouco sobre seu primeiro cd “Meu carnaval” lançado em 2006?
AC:Pois é....gravei esse Cd sem comprometimento com gravadoras, sem produtor “famoso”, etc. A maioria dos arranjos é meu. Tive apenas o cuidado de mostrar a minha sonoridade em comunhão perfeita com os músicos. Busquei o repertório com meus amigos de vida, de samba, de bar, que são grandes compositores. A fórmula é simples: fazer o que se gosta rodeada de amigos! Só isso. E deu certo!!!
EJ:Este ano você foi indicada como melhor cantora de samba e melhor cantora no voto popular na 5º edição do premio Tim de música. Conte um pouco sobre o que sentiu com esta indicação.
AC:Já havia falado da sensação de receber um prêmio. No caso do Prêmio Tim que é um prêmio de importância nacional, que segundo o próprio presidente da TIM foram recebidos cerca de 10 mil Cds....só tenho o que comemorar! Mais uma vez me sinto uma vencedora e fazendo um trabalho que só me deu prazer. E outra coisa: era Marisa Monte, Alcione e Eu!
EJ: O que é a música para você?
AC:É a minha vida, meu sonho e minha realidade.
EJ: Que música mais marcou sua vida?
AC:São tantas...vou citar uma lá de trás da galera do Clube da Esquina mas precisamente do meu ídolo Beto Guedes: LUMIAR. Essa música fez parte da minha vida na minha adolescência, justamente na minha fase de formação musical.
EJ: O que você diria para quem está começando a construir uma carreira no meio do samba.
AC:Diria pra ouvir muita música, não só samba, diria pra ir pras rodas de samba, diria pra se juntar com o povão, pra curtir muito o simples prazer de estar lá, e construir uma carreira calcada na verdade e na coerência.
EJ:O que é o sucesso para você?
AC:É as pessoas te reconhecerem na rua!!!rsrsrrs
Bate bola:

Uma música
Moleque Atrevido (Jorge Aragão)
Um cantor (a)
Tantinho da Mangueira
Um filme
Closer
Uma frase
Como diz meu parceiro Jorge Agrião: “Cada piloto na sua aeronave” rsrs
Um herói
Na altura do campeonato, só o Chapolin....tá ruim.
Um defeito
Preguiça
Uma qualidade
Lealdade
Um homem
Alceu Maia (meu cavaquinista)
Uma mulher
Marina Lima
O que você não faria de jeito nenhum
É tudo muito relativo.....quem me garante que o que não faria hj eu não possa fazer amanha??
Um medo
De doenças
Um sonho
Trabalhar com dignidade, sem desrespeito com a nossa classe.

Michele Rangel

FEIJÃO EM VERDE E ROSA


Fazendo a matéria... eu, Tata, Katinha e Ana...
Feijão em verde e rosa
Tradicional Feijoada da Família mangueirense homenageia baluartes do samba






Na verdade, existe uma polêmica quanto a origem da feijoada; a mais conhecida é a de que os senhores das fazendas de café, das minas de ouro e dos engenhos de açúcar davam aos escravos os "restos" dos porcos, quando estes eram carneados; alguns crêem que sua origem tem a ver com receitas portuguesas e ainda há os que sustentam que ela é inspirada em um prato francês, o cassoulet, que também leva feijão no seu preparo.
Contudo, mesmo tendo tantas versões sobre sua origem, uma coisa é unânime é a combinação perfeita apreciada por todo bom carioca. Para acrescentar um tempero a mais a esta mistura, o carioca introduziu o samba e a cerveja e, assim onde tem um, está o outro e a satisfação e alegria estão garantidas.
No palácio do samba, sempre no segundo sábado do mês acontece a tradicional feijoada da família mangueireinse, que conta com os organizadores Ivo Meirelles, presidente da bateria da Mangueira e o Stevie que garantem um ambiente de descontração, onde eles buscam homenagear grandes nomes do samba, reunindo a família e convidados de peso. A próxima feijoada será comandada pelo Grupo Karta Marcada e receberá ilustres participações como Farofa Carioca, e homenagens à Ilha do Governador e ao mestre do samba Tantinho de Mangueira, vencedor do prêmio TIM de melhor cd de samba, “Memórias em verde e rosa”.

- Este prêmio é mais que merecedor e receber Tantinho da Mangueira na nossa feijoada, homenageá-lo no lugar onde ele cresceu e ajudou a construir será uma honra. Ter também conosco a União da Ilha que precisa voltar para o lugar de onde nunca deveria ter saído e o Farofa Carioca, que é um grupo feito de bambas, só me faz bem, declara Stevie.

E será de fato um grande acontecimento. O Compositor e Intérprete, Tantinho é representante da quarta geração de compositores - uma das mais belas vozes do mundo do samba - e criou um repertório relembrando os antigos moradores do morro, resgatando suas raízes e fazendo uma pesquisa de grande relevância. O resultado disso está no cd que conta com participações especiais de Nelson Sargento, Mestre Xangô, Jurandir e Preto Rico e reúne composições dos anos 30 aos anos 60, tendo como exceção á faixa dedicada a D Neuma, que foi feita em 2000
Portanto, motivo é o que não falta para trazer a família e os amigos, se deliciar com uma feijoada de primeira qualidade e curtir um samba de gente grande feito por bambas. Vista-se de verde e rosa, dê uma chance à nostalgia e venha se contagiar com verdadeiros guerreiros, que com sua coragem, exemplo e talento nos dão a inspiração para manter viva a chama do samba!!!
Michele Rangel
Entrada: R$ 5,00
Classificação Etária: Livre
Feijoada - R$10,00
Estacionamento - R$ 5,00
Rua Visconde de Niterói - 1072 - Quadra da Mangueira

Toca de Assis, Amor incondicional


Fazer o bem não importe a quem
Toca de Assis é exemplo de caridade e vida pelas ruas do bairro


Quando falamos em ajudar os pobres, necessitados e fazer caridade a maior parte do tempo postergamos : O dia que eu tiver um tempo eu ajudo! Embora passe sempre na mente de um ou outro fazê-la, a vida por ganhos materiais, por ter sempre mais leva estes planos para o futuro.É como se pudéssemos deixar este assunto para um outro momento. Contudo, existem àqueles que pensam e fazem aqui e agora pelo outro. Um exemplo disto está bem perto de sua casa. Fundada pelo Padre Roberto os “Filhos da pobreza do santíssimo sacramento”, popularmente conhecida como a “Toca de Assis” presta assistência aos moradores de rua.
A Toca tem uma “espiritualidade franciscana”, isso significa dizer que, não chega a ser uma ordem franciscana, mas que vive das mesmas diretrizes, sendo mais uma ligação de amor. Na entidade não existem padres, se chega no máximo a frei ou freira e eles usam o hábito franciscano, o corte de cabelo e seguem aos três votos: pobreza, celibato e obediência, baseados em dois fundamentos; A adoração a Jesus e a ajuda aos pobres.
São cerca de 115 casas em todo país com 2.800 membros e cada estabelecimento possui um trabalho específico. Existem as casas que realizam o recolhimento dos moradores de rua e eles residem no local, (para tanto se separam as casas femininas e masculinas), as que cuidam de pessoas mais idosas e aquelas que realizam um trabalho de campo - indo as ruas oferecer ajuda.
Alan Ferreira, hoje frei Luiz Maria do Rosário, de 23 anos, desde os 17 resolveu se doar a Jesus. Inicialmente participou de encontros de jovens em igrejas, foi seminarista em Resende e por fim, descobriu em Osasco a Toca de Assis. O que chamou sua atenção foi à simplicidade com que viviam e sua completa doação, sendo assim, deixou o seminário e resolveu seguir nesta direção:

- Acordamos às 5h da manhã, lemos o terço e também temos três horas do dia voltadas a oração e meditação. Ajudamos aos pobres pois somos religiosos e seguimos os ensinamentos de Jesus de ajudar o próximo, pois o “próximo” é todo aquele que está caído, ferido e abandonado, declara.

Hoje ele integra a Casa Fraterna dos Bons Samaritanos, junto a mais seis jovens, onde oferecem café da manhã, dão almoço, fazem a barba, dão banho, cuidam das feridas e também vão às ruas realizando um trabalho de campo, com aqueles que por algum motivo não podem chegar na casa. A maioria do trajeto eles realizam a pé, contudo, receberam um trailer bem equipado - que permite que eles dêem banho e corte de cabelo, além da distribuição de comida - usado somente quando necessitam percorrer distâncias mais longas.
A casa vive de doações, tudo que é recebido é dividido entre eles e os irmãos de rua. Vale a pena uma visita para conhecer este nobre trabalho. A Casa Fraterna Bom Samaritano fica à Avenida Paulo de Frontin, 378, Rio Comprido. Tel: 2292-6555.

Festas Juninas

A origem das festas juninas

De herança Portuguesa, acrescida de costumes franceses, acredita-se que estas festas têm origens no século XII, na região da França, com a celebração dos solstícios de verão (dia mais longo do ano, 22 ou 23 de junho), vésperas do início das colheitas. O ciclo das festas juninas gira em torno de três datas principais: 13 de junho, festa de Santo Antônio; 24 de junho, São João e 29 de junho, São Pedro - santos que são efusivamente comemorados em todo o Brasil, desde o período colonial.
No nordeste brasileiro, principalmente, estes santos são reverenciados e pode-se dizer que a importância destas festas, para as populações nortista e nordestina, ultrapassa a do Natal e movimentam mais gente que o nosso famoso Carnaval. Os arraiais em municípios do interior são confraternizações pequenas, mas em outros já se transformaram em megaeventos que fazem moda, chegando a reunir até 1 milhão de turistas ao longo do mês.O circuito junino do Nordeste é hoje uma atração muito procurada e já atrai brasileiros de todas as outras regiões. Caruaru, em Pernambuco e Campina Grande, na Paraíba, disputam o título da melhor festa do país. A primeira é conhecida como "capital do forró" e a outra como "o maior São João do mundo".
Mas não é só por lá que a fogueira queima até o dia raiar, de norte a sul do Brasil comemoram-se os santos juninos, com comidas típicas, danças, quadrilhas e muita animação. Uma festa que vem de longa data e que cada vez mais mostra que suas raízes perduram até os dias de hoje. Portanto, é hora de dançar forró, disputar as quadrilhas e aproveitar muito porque para repetir a dose será necessário aguardar o ano que vem chegar.

Michele Rangel

domingo, 3 de junho de 2007

quarta-feira, 30 de maio de 2007

Marcos Pavón Estrada, artista cubano


Amor Proletário - óleo sob tela

Feijoada na Mangueira


G.R.E.S. ESTAÇÃO PRIMEIRA DE MANGUEIRA

No Dia 09 de JUNHO de 2007, das 12h às 18h.
APRESENTA:
A TRADICIONAL FEIJOADA DA FAMÍLIA MANGUEIRENSE !

E, DESTA VEZ, O GRANDE CANTOR E COMPOSITOR!
TANTINHO DA MANGUEIRA, PRÊMIO TIM COM CD MEMÓRIA EM VERDE E ROSA
E NADA MAIS JUSTO REVERENCIAR ESSE BALUARTE DO SAMBA.

HOMENAGEM:
- Ao CD Memória em Verde e Rosa Prêmio TIM

- Nossa querida Ilha do Governador

- AO GRUPO FAROFA CARIOCA

Esperamos você e sua família! Vista-Se de verde e rosa, dê uma chance à nostalgia e venha se contagiar com verdadeiros guerreiros, que com sua coragem e determinação, nos dão a inspiração para manter viva a chama do samba!!!

Apresentação:
Grupo karta Markada
Organização: Stevie & Ivo Meirelles - (Stevie 7829-2571)
Assessoria do Evento: Celia Abend
Comunicação: Pedrinho da Mangueira
Divulgação: Chico da Curimba chicodacurimba_7@yahoo.com.br - 9836-9957
Assessoria de Imprensa: Márcia Rosário/Freecom Comunicação
APOIO: ALA DOS PIRIQUITOS DA MANGUEIRA (75 anos)

Avisos importantes:
Entrada: R$ 5,00
Classificação Etária: Livre
Feijoada - R$10,00
Estacionamento - R$ 5,00
Rua Visconde de Niterói - 1072 - Quadra da Mangueira

terça-feira, 29 de maio de 2007

O frevo ultrapassa fronteiras

O frevo que surgiu das marchas, maxixes e dobrados, nas ruas do Recife, nos fins do século XIX e início do século XX, fará em 2007, cem anos de existência. O ritmo efervescente que toma conta do carnaval pernambucano é incrementado por uma dança de passos e saltos acrobáticos e possui suas raízes nas quadrilhas européias e nas bandas militares do século passado. A irreverência do carnaval pernambucano é vista nas ruas de Recife e nas ladeiras de Olinda, onde todos dançam ao ritmo do frevo, numa alegria contagiante, que faz qualquer um querer fazer o passo.
A palavra “Frevo” tem origem no termo ferver, contudo, o povo na sua simplicidade dizia “frever” e assim, o nome foi se adaptando. Também são inúmeras as suas subdivisões, podendo se tratar apenas da versão instrumental que se denomina o Frevo de Rua. O frevo canção ou marcha canção já alia ao instrumental uma canção, como o próprio nome diz e ainda existe o Frevo de bloco ou marcha de bloco que é executado por orquestras de Pau e Corda e conta com a presença de corais femininos.
Contudo, muitos clássicos da música pernambucana, por exemplo, nunca passaram das fronteiras nordestinas, apesar de terem tremendo êxito de público em Pernambuco. E é exatamente como cantou Alceu Valença, com a experiência e a vivência de quem entende do assunto: - “Bom demais, bom demais, bom demais, bom demais, menina vamos nessa que o frevo é bom demais”. O cantor pernambucano foi um dos artistas que contribui muito para que este ritmo ficasse conhecido em locais como o Rio de Janeiro, fazendo com que muitos cariocas conhecessem a música que ferve em sua terra natal.
Cada iniciativa de se tornar conhecido àquilo que muitas vezes fica enraizado em seu lugar de origem ou preso a uma determinada época específica deve ser louvada. Sabemos que a tradição é uma só, ela existe em seu lugar e vai se recriando de tempos em tempos, pelo povo e para o povo.
Michele Rangel

Mulata, Di Cavalcanti


Óleo sob tela

Rodas da Cidade

Existe uma Roda de Samba aqui no Rio de Janeiro que se realiza num horário superconvencional: segunda-feira à partir das 13hs. Esse samba ficou conhecido como samba dos trabalhadores... mas tem se tornando um local de reunião de músicos e sambistas da melhor qualidade. Afinal, é um dos poucos horários que a classe tem para se reunir. A Roda é no tradicional Clube Renascença, nas imediações do bairro da Tijuca, e é capitaneada por Moacyr Luz. Semana que vem vou tentar tirar umas fotos por lá!

Beijocas,

Kátia

segunda-feira, 28 de maio de 2007

MARACATU NAÇÃO


Maracatu de Baque Virado


Os Maracatus mais antigos do Carnaval do Recife, também conhecidos como Maracatus de Baque Virado ou Maracatu Nação, nasceram da tradição do Rei do Congo, implantada no Brasil pelos portugueses. O mais remoto registro sobre Maracatu data de 1711, de Olinda, e fala de uma instituição que compreendia um setor administrativo e outra, festivo, com teatro, música e dança. A parte falada foi sendo eliminada lentamente, resultando em música e dança próprias para homenagear a coroação do rei: o Maracatu.

Parece que a palavra "maracatu" primeiro designou um instrumento de percussão e, só depois, a dança que se dançava ao som deste instrumento. Os cronistas portugueses chamavam aos "infiéis" de nação, nome que acabou sendo assumido pelo colonizado. Os próprios negros passaram a autodenominar de nações a seus agrupamentos tribais. As nações sobreviventes descendem de organizações de negros deste tipo, e nos seus estandartes escrevem CCMM (Clube Carnavalesco Misto Maracatu).

Para Mário de Andrade a origem da palavra maracatu é americana: maracá=instrumento ameríndio de percussão; catu=bom, bonito em tupi; marã=guerra, confusão. Marãcàtú, e depois maràcàtú valendo como guerra bonita, isto é, reunindo o sentido festivo e o sentido guerreiro no mesmo termo.

Do Maracatu Nação participam entre 30 e 50 figuras. Entre elas estão o Porta-Estandarte, trajado à Luís XV (como nos clubes de frevo), que conduz o pavilhão e, ao seu lado, traz uma baliza ou um ajudante. Atrás, vêm as Damas do Paço, cinco ou dez delas, as de maior importância no bailado, e que carregam as Calungas, que são bonecos de origem religiosa, do Congo, reminiscência de cultos fetichistas.

A dança executada com as Calungas tem caráter religioso e é obrigatória na porta das Igrejas, representando um "agrado" à Nossa Senhora do Rosário e a São Benedito. Quando o Maracatu visita um terreiro homenageia os Orixás.

Depois das Damas do Paço segue a corte: Duque e Duquesa, Príncipe e Princesa, um Embaixador (nos Maracatus mais pobres o Porta-estandarte vale como Embaixador).
A corte abre alas para o Rei e a Rainha, que trazem coroas douradas e vestem mantos de veludo bordados e enfeitados com arminho. Nas mãos trazem pequenas espadas e cetros reais. O Rei é coberto por um grande pálio encimado por uma esfera ou uma lua, transportado pelo Escravo que o gira entre suas mãos, lembrando o movimento da Terra. O uso deste tipo de guarda-sol é costume árabe, ainda hoje presente em certas regiões africanas.

Alguns Maracatus incluem nesse trecho do cortejo também meninos lanceiros, vestidos como guardas-romanos, com capacete de metal. Outros, não dispensam a figura do Caboclo de Pena, que representa o indígena brasileiro e tem coreografia complicadíssima. Enquanto dança ao redor do cortejo, emite sons estranhos, imitando pássaros selvagens, e produz estalos secos e rápidos com seu arco e flecha.

A orquestra do Maracatu Nação é composta apenas por instrumentos de percussão: vários tambores grandes (zabumbas), caixas e taróis, ganzás e um gonguê (metalofone de uma ou duas campânulas, percutidas por uma vareta de metal). O Mestre de Toadas "puxa" os cantos, e o coro responde. As baianas têm a responsabilidade de cantar, outras vezes, são os caboclos, mas todos os dançarinos também podem participar.

Este Maracatu mais tradicional é chamado de Baque Virado porque este termo é sinônimo de um dos "toques" característicos do cortejo.

Os Maracatus de Baque Virado sempre começam em ritmo compassado, que depois se acelera, embora jamais alcance um andamento muito rápido. Antes de se ouvir a corneta ou o clarim, que precedem o estandarte da Nação, é a zoada do "baque" que anuncia, ao longe, a chegada do Maracatu.

O Maracatu se distingue das outras danças dramáticas e das danças negras em geral pela sua coreografia. Há uma presença forte de uma origem mística na maneira com que se dança o Maracatu, que lembra as danças do Candomblé baiano. Balizas e Caboclos dançam todo o cortejo. Baianas e Damas do Paço têm coreografias especiais. Todos os outros se movimentam mais discretamente.

Caboclos e Guias fazem muitas acrobacias, que parecem com os passos dos frevos de carnavalescos. Mário de Andrade descreve a dança das baianas: “Embebedadas pela percussão, dançam lentas, molengas, bamboleando levemente os quartos, num passinho curto, quase inexistente, sem nenhuma figuração dos pés. Os braços, as mãos é que se movem mais, ao contorcer preguiçoso do torso. Vão se erguendo, se abrem, sem nunca se estirarem completamente no ombro, no cotovelo, no pulso, aproveitando as articulações com delícia, para ondularem sempre. Às vezes, o torso parece perder o equilíbrio e lerdamente vai se inclinando para uma banda, e o braço desse lado se abaixa sempre também, acrescentando com equilíbrio o seu valor de peso, ao passo que o outro se ergue e peneira no ar numa circulação contínua e vagarenta...”

Nação do Maracatu Elefante, Recife - Pernambuco